O ator Wagner Moura manifestou-se nas redes sociais contra a invasão da Escola Nacional Florestan Fernandes, do MST, pela Polícia Civil do Paraná e a Polícia Militar de São Paulo, nesta sexta-feira (04/11), onde uma mulher foi atingida e dois militantes foram presos. As polícias atuaram de acordo com determinações da Operação Castra, que investiga integrantes do movimento no Paraná.
Em vídeo publicado nas redes sociais, o ator comentou o ocorrido, dizendo demonstrar “absoluto repúdio pelo que aconteceu”, e que a invasão foi uma “demonstração covarde de truculência, típica de regimes de exceção”.
Reprodução / Facebook
Wagner Moura critica ação policial na Escola Nacional Florestan Fernandes em redes sociais
Mesmo sem mandado de busca e apreensão, os policiais invadiram o local em Guararema (SP) por volta das 09h25, cercaram o local e pularam a janela da recepção dando tiros para o ar. Os estilhaços, que acertaram uma mulher, eram de balas letais e não de borracha. Segundo relatos, o cerco foi feito por 10 viaturas e os policiais não estão identificados.
“É um abuso de autoridade, uma violência desnecessária, ilegal”, afirmou Giane Alves, advogada do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST). Segundo a advogada, os policiais não informaram o motivo da invasão. “Desconfiamos que esteja relacionado com operações que estão acontecendo do Paraná. Mas não sabemos quem eles estão procurando”, disse.
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O MST divulgou uma nota em seu site em que “repudia a ação da polícia de São Paulo e exige que o governo e as instituições competentes tomem as medidas cabíveis nesse processo. Somos um Movimento que luta pela democratização do acesso a terra no país e não uma organização criminosa”, afirmou.
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Reprodução / MST
Policiais invadiram a Escola Nacional Florestan Fernandes na manhã desta sexta-feira (04/11)
Leia nota do MST
Na manhã desta sexta-feira (04), cerca de 10 viaturas da polícia civil e militar invadiram a Escola Nacional Florestan Fernandes (ENFF) em Guararema, São Paulo.
De acordo os relatos, os policiais chegaram por volta das 09h25, pularam o portão da Escola e a janela da recepção e entraram atirando em direção às pessoas que se encontravam na escola. Os estilhaços de balas recolhidos comprovam que nenhuma delas são de borracha e sim letais.
Neste momento, a polícia está em frente à ENFF. Diante da ação de advogados, os policiais recuaram. A invasão na Escola ocorreu sem mandado judicial, o que é ilegal.
O MST repudia a ação da polícia de São Paulo e exige que o governo e as instituições competentes tomem as medidas cabíveis nesse processo. Somos um movimento que luta pela democratização do acesso a terra no país e a ação descabida da polícia fere direitos constitucionais e democráticos.
A operação em SP decorre de ações deflagradas no estado do Paraná e Mato Grosso do Sul. A Polícia Civil executa mandados de prisão contra militantes do MST, reeditando a tese de que movimentos sociais são organizações criminosas, já repudiado por diversas organizações de Direitos Humanos e até mesmo por sentenças do STJ.