Em uma aparição de cerca de 40 segundos em um vídeo postado nas redes sociais pelo jornalista William Corrêa, âncora do Jornal da Cultura, Michel Temer revelou seu sentimento após a entrevista concedida ao programa Roda Viva, da mesma emissora. Tudo não passou de uma “propaganda”, nas palavras de Temer.
Logo após o encerramento da entrevista, que foi ao ar na segunda-feira 14 e marcava 30 anos do Roda Viva, Corrêa, um dos entrevistadores, fez uma transmissão ao vivo pelas redes sociais da TV Cultura e, em determinado momento, chamou Temer para mostrar ao público que ele “é gente como a gente”. “O senhor gostou da entrevista?”, questionou Corrêa.
“Eu pude, em uma hora e meia, dizer o que o governo está fazendo, quais são os principais temas, né, e até cumprimento vocês por esta… mais esta propaganda”, disse Temer. A frase foi seguida por gargalhadas de Corrêa e colegas e por um agradecimento do jornalista.
Beto Barata/PR
Entrevista de Temer ao programa “Roda Viva”: “propaganda”, nas palavras do próprio presidente
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Antes, Corrêa havia perguntado a Temer se o grupo de jornalistas havia sido “virulento” nos questionamentos. Trata-se de uma interrogação que vai de encontro à realidade exposta na noite de segunda-feira.
Altamente influenciada pelo governo de São Paulo, há mais de 20 anos sob o controle do PSDB, a TV Cultura, que é uma emissora pública, arregimentou para o programa especial um grupo com jornalistas empregados apenas por veículos apoiadores do impeachment de Dilma Rousseff.
Estavam no Palácio do Alvorada, além de Corrêa, João Caminoto, diretor de jornalismo do Grupo Estado (que publica O Estado de S. PauloEstadãoFolha de S.PauloO Globo
Durante todo o programa, Temer, cuja aprovação segue abaixo dos 15%, enfrentou um clima amistoso e, mesmo quando ouviu perguntas sobre temas negativos para ele, como a possibilidade de ter o mandato cassado pela Justiça Eleitoral, não encarou perguntas complementares ou que exigissem mais esclarecimentos.
No último bloco, o Roda Viva passou a se assemelhar a um convescote de amigos. Temer foi questionado sobre temas como o uso da mesóclise em seus discursos; o motivo de não ter se mudado para o Alvorada; o fato de gostar de piano na infância e ter virado “um escritor”; sobre o porquê de não gostar de olhar para o próprio retrato na parede e a respeito de como “se apaixonou por dona Marcela”.