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Vejo aqui e ali, nas redes, algumas pessoas a afirmar que o caso do assassinato em série de Campinas, no qual um homem matou a ex-mulher, o próprio filho e mais 10 pessoas em uma festa de réveillon, não é uma manifestação de "apenas fascismo".Fico a pensar o que significa isso. Se há algo que o fascismo — uma visão totalizante de mundo — não pode ser é "apenas".
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O fascismo — juntamente com o nazismo — talvez seja — entre outras coisas — a forma mais extremada de desumanização do outro para justificar sua eliminação. É o amálgama de diversos preconceitos e ressentimentos sociais a conformar uma teoria pretensamente racional.
Combater o fascismo se faz investindo contra cada um desses pré conceitos, sem perder de vista a totalidade. Isso precisa ser feito pelo caráter eminentemente político que tem o fascismo.
Pixabay
Identificá-lo em cada uma de suas manifestações é a melhor maneira de combater o machismo, o racismo, a misoginia, a demofobia, a tentativa de calar os dissonantes, o autoritarismo, a cultura do ódio etc.
Vale a pena ler um pequeno trecho do clássico de Wilhelm Reich sobre o tema:
"O fascismo, na sua forma mais pura, é o somatório de todas as reações irracionais do caráter do homem médio. O sociólogo tacanho, a quem falta coragem para reconhecer o papel fundamental do irracional na história da humanidade, considera a
teoria fascista da raça como mero interesse imperialista ou, apenas, como simples "preconceito". O mesmo acontece com o político irresponsável e palavroso: a extensão da violência e a ampla propagação desses "preconceitos raciais" são prova da sua origem na parte irracional do caráter humano. A teoria racial não é uma criação do fascismo.
Pelo contrário, o fascismo é um produto do ódio racial e a sua expressão politicamente organizada. Por conseguinte, existe um fascismo alemão, italiano, espanhol, anglo-saxônico, judeu e árabe. A ideologia da raça é uma grande expressão biopática pura da estrutura do caráter do homem orgasticamente impotente.
O caráter sádico-perverso da ideologia da raça revela-se também na atitude perante a religião. O fascismo seria um retorno ao paganismo e um arqui-inimigo da religião. Muito pelo contrário, o fascismo é a expressão máxima do misticismo religioso.
Como tal, reveste-se de uma forma social particular. O fascismo apoia a religiosidade que provém da perversão sexual e transforma o caráter masoquista da velha religião patriarcal do sofrimento numa religião sádica. Em resumo, transpõe a religião, do "campo extraterreno" da filosofia do sofrimento, para o "domínio terreno" de assassínio sádico.
A mentalidade fascista é a mentalidade do "Zé Ninguém", que é subjugado, sedento de autoridade e, ao mesmo tempo, revoltado. Não é por acaso que todos os ditadores fascistas são oriundos do ambiente reacionário do "Zé Ninguém". O magnata industrial e o militarista feudal não fazem mais do que aproveitar-se deste fato social para os seus próprios fins, depois de ele se ter desenvolvido no domínio da repressão generalizada dos impulsos vitais".
(REICH, Wilhelm, Psicologia de massas do fascismo", Martins Fontes, SP, 1988, págs. 12/13)
(*) publicado originalmente no Facebook
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