Em sua primeira visita à região desde que foi eleito presidente da Comissão Europeia (em 2004), o português José Manuel Durão Barroso afirmou neste domingo (08/07) que os países-membros da UE (União Europeia) continuarão apoiando os palestinos financeiramente.
“Minha mensagem aos palestinos é que somos dois nesta viagem e seguiremos sendo”, declarou o presidente da Comissão em entrevista coletiva conjunta com o primeiro-ministro da ANP (Autoridade Nacional Palestina), Salam Fayyad, realizada em Ramala (Cisjordânia). “Apesar das dificuldades na Europa, mantivemos todos os níveis da ajuda [aos palestinos]”, assinalou Durão Barroso, que lembrou que, desde 2008, quando começou a crise financeira internacional, a UE contribuiu com 4,2 bilhões de dólares à Palestina.
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Trata-se de uma ajuda que se aproxima da metade de todas as doações internacionais recebidas pelos palestinos, tornando o bloco europeu seu maior doador. Parte dessa ajuda foi concedida à academia de polícia que Durão Barroso e Fayyad inauguraram neste domingo na cidade de Jericó, no vale do rio Jordão.
A construção do complexo, cujo valor chega a 15 milhões de euros, foi possível graças à contribuição institucional da UE e individual de países como Dinamarca, Alemanha, Países Baixos, Finlândia, Suécia, Reino Unido e Canadá. “O apoio da UE vai além da construção da infraestrutura da academia. Trata-se do que os estudantes aprenderão e a qualidade das pessoas que compõem a Polícia Civil”, manifestou o líder europeu.
Os dois políticos também assinaram um acordo no valor de 20 milhões de euros no qual a UE se compromete em apoiar a promoção do cumprimento da lei e a democracia nos territórios palestinos ocupados. A ANP atravessa uma crise financeira que ameaça abalar seus alicerces institucionais e se deve, em grande medida, ao descumprimento dos pagamentos feitos pelos países doadores, em particular os árabes.
No plano político, o presidente da Comissão Europeia destacou que a resolução do conflito entre israelenses e palestinos é uma prioridade para a UE. Ele reiterou a posição de Bruxelas de que ambas as partes devem adotar medidas encaminhadas a reconstruir a confiança, e não destruí-la.
Durão Barroso também criticou as colônias judaicas instaladas em territórios palestinos ocupados por Israel, e disse que expressará a rejeição da UE ao primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, e ao presidente do país, Shimon Peres. “Nossa posição sobre os assentamentos é a mesma, e assim a transmitirei a Netanyahu e a Peres. A lei deve ser respeitada”, ressaltou.
Durão Barroso deve se reunir com ambos nesta segunda-feira (09/07) em Jerusalém, onde também verá o presidente do Parlamento israelense, Reuven Rivlin, e fará uma visita protocolar ao Museu do Holocausto e outra ao Museu de Israel.