Atualizada às 13:55
O presidente eleito Jair Bolsonaro prestou continência para o assessor de segurança nacional dos Estados Unidos, John Bolton, ao recebê-lo para uma reunião nesta quinta-feira (29/11).
Bolton se reuniu com Bolsonaro no Rio de Janeiro, na casa do presidente eleito, antes de seguir para o encontro do G20, que irá acontecer nesta sexta-feira e sábado em Buenos Aires, na Argentina.
Em sua conta no Twitter, o norte-americano afirmou que apreciou a discussão com o presidente eleito e o convidou para visitar os EUA. “Apreciei a discussão ampla e muito produtiva com o presidente eleito do Brasil Bolsonaro e sua equipe de segurança nacional”, escreveu Bolton.
O norte-americano ainda estendeu um “convite do presidente Trump para Jair Bolsonaro visitar os EUA”, dizendo que Washington está ansiosa “para uma parceria dinâmica com o Brasil”.
Bolton é um dos principais conselheiros do presidente Donald Trump para política externa e possui posição ofensiva em relação aos governos da Venezuela, Cuba e Nicarágua, países que chama como “troica da tirania”.
Estavam presentes no encontro três futuros ministros de Bolsonaro. Ernesto Araújo, das Relações Exteriores, Fernando Azevedo e Silva, da Defesa, e Augusto Heleno, chefe do Gabinete de Segurança Institucional.
Após a reunião, o presidente eleito escreveu em sua conta no Twitter que o encontro foi “muito producente” e destacou a presença de seus futuros ministros.
“Uma muito producente e grata reunião com o Conselheiro de Segurança Nacional dos EUA, John Bolton”, afirmou Bolsonaro.
Venezuela e embaixada em Israel
Após evento na Vila Militar nesta quinta-feira (29/11), o presidente eleito afirmou que durante a conversa com o assessor de Trump foram discutidos temas como a situação política da Venezuela e a possível transferência da embaixada brasileira em Israel de Tel Aviv para Jerusalém.
“Venezuela é uma questão que vem lá de trás, temos de buscar soluções. Pela cláusula democrática a Venezuela sequer poderia entrar no Mercosul. Medidas precisam ser tomadas”, disse Bolsonaro.
O presidente eleito ainda afirmou que “vai ser difícil tirar a Venezuela dessa situação” e que o Brasil ira fazer “o possível pelas vias legais e pacíficas para resolver esse problema”.
Segundo Bolsonaro, a conversa com Bolton também passou pela mudança da embaixada brasileira em Israel.
“Essa possibilidade existe. Jerusalém tem duas partes. Uma parte não está em litígio. A embaixada [norte] americana está nessa parte”, disse.
Ainda de acordo com o mandatário eleito, “terrorismo não entrou na conversa. Mas a questão das barreiras, das taxas alfandegárias, as dificuldades de se fazer negócio aqui”.
“Transmiti a ele, junto com a equipe econômica, no sentido de facilitar o comércio com os Estados Unidos e o mundo tudo sem prejudicar a nossa economia”, disse Bolsonaro.
Continência à bandeira norte-americana
Durante pré-campanha, ainda em 2017, Bolsonaro chegou a bater continência à bandeira dos EUA em um comício que realizou para brasileiros que vivem no Estado norte-americano da Flórida.
O presidente eleito também fez o gesto em outras ocasiões, como quando encontrou, em 2017, o então juiz Sérgio Moro, hoje escolhido como ministro da Justiça, e durante reunião com a procuradora-geral da República, Raquel Dodge, após as eleições.
Reprodução/Twitter
Norte-americano ainda estendeu um "convite do presidente Trump para Jair Bolsonaro visitar os EUA"