O primeiro grupo de migrantes centro-americanos, com maioria de Honduras, chegou à capital do México no último domingo (04/11), após uma jornada de mais 1.600 quilômetros que tem como destino final os Estados Unidos.
Após atravessarem o Estado mexicano de Veracruz, os cerca de 4.500 migrantes, segundo dados oficiais, acamparam em um albergue improvisado no estádio Jesús Martínez, feito pela subprefeitura do bairro Venustiano Carranza, zona noroeste da capital.
Ainda distantes do destino final, os migrantes abrigados na Cidade do México se somam a pelo menos outras 8.000 pessoas que circulam pelo território mexicano em busca de nova residência, segundo a Comissão Nacional de Direitos Humanos.
Enquanto a maioria dos membros da caravana ainda pretende chegar ao território norte-americano, ameaças de bloqueio feitas pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, mudaram o destino de alguns deles, segundo reportagem da Reuters.
Para muitos migrantes, a hipótese de permanecer em solo mexicano aumentou após o presidente do México, Enrique Peña Nieto, anunciar, em outubro passado, um programa de vistos temporários de trabalho para pessoas em trânsito.
Além de fornecer documentação e moradia temporária, o programa “Estas en Tu Casa” (ou “você está em casa”, em português) permitiu que interessados em formalizar o pedido de refúgio ficassem provisoriamente nos Estados de Chiapas e Oaxaca.
Para chegar à fronteira do México com o Texas – ou a qualquer cidade do Estado norte-americano – a caravana ainda terá que percorrer pelo menos 1.200 quilômetros, além de enfrentar os entraves das polícias de fronteira e das possíveis medidas de repressão da Casa Branca.
Discurso republicano
Pouco antes do início das eleições legislativas de meio de mandato, realizadas nesta terça-feira (06/11), Trump ordenou o envio de 7.000 soldados às regiões de fronteira, endurecendo o discurso anti-imigração que foi mote da campanha republicana para os cargos na Câmara e no Senado.
Em meados de outubro, o mandatário já havia se manifestado contra a chegada dos centro-americanos aos Estados Unidos, inclusive ameaçando cortar apoio financeiro ao governo de Honduras caso a caravana não fosse “detida”.
“Os Estados Unidos informaram firmemente o Presidente de Honduras que, se a grande caravana de pessoas que se dirigem aos EUA não for detida e levada de volta a Honduras, não será dado mais dinheiro ou ajuda a Honduras, com vigência imediata”, disse, pelo Twitter.
Apesar da promessa do governo norte-americano de enviar novos soldados a pontos fronteiriços, milhares de migrantes vindos de países da América Central – incluindo El Salvador, Guatemala, Republicana Dominicana e Haiti – continuam marchando em direção aos Estados Unidos, principalmente para fugir de altos índices de pobreza, desemprego e violência.
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