Com muito pouco você
apoia a mídia independente
Opera Mundi
Opera Mundi APOIE
  • Política e Economia
  • Diplomacia
  • Análise
  • Opinião
  • Coronavírus
  • Vídeos
  • Podcasts
20 Minutos

‘Meu trabalho é organizar o ódio’, diz Paulo Galo

Encaminhar Enviar por e-mail

Líder dos entregadores antifascistas justifica incêndio da estátua de Borba Gato, defende direito da rebelião popular e chama esquerda à periferia; veja vídeo na íntegra

Camila Alvarenga

Madri (Espanha)
2021-09-27T20:45:00.000Z

Receba nossas notícias e novidades em primeira mão!

No programa 20 MINUTOS ENTREVISTA desta segunda-feira (27/09), o jornalista Breno Altman entrevistou um dos líderes do Movimento dos Entregadores Antifascistas e responsável pela queima da estátua de Borba Gato, em São Paulo, Paulo Galo.

Galo foi preso por ter incendiado a estátua do bandeirante, ato que ele justificou como necessário e até insuficiente: “Falta ódio de classe. Até quis dar uma chacoalhada na esquerda, porque se o Banksy tivesse vindo e queimado a estátua, teriam adorado, mas como foi a favela… A esquerda tem que ser mais combativa. Se não for luta de classes, é balcão de negócios”.

Na prisão, o líder revelou que o sistema carcerário se relaciona mais com a realidade da favela do que pensava e foi lá onde pode “ser mais efetivo” em seu trabalho de base, “porque você vai contar uma história para um e juntam 40. Você vai explicar por que foi preso e conta do Borba Gato, aí entra no tema da escravidão, do capitalismo e vê a galera reagindo”.

É por isso que, por mais que Galo não descarte totalmente entrar para a política institucional, no futuro, ele afirmou que seu objetivo é seguir com o trabalho de base. 

“Você precisa de muito ódio para combater o fascismo e o meu trabalho é organizar o ódio. Amor não vence a guerra, como que você vai abraçar quem chega atirando em você? Tem que ir para cima, lutar, porque o fascismo é sorrateiro, ele se adapta quando vê que está perdendo terreno”, ressaltou.

Esquerda institucional

Nesse sentido, o líder argumentou que a esquerda institucional está falhando em sua reaproximação com as bases pois, segundo ele, predomina uma mentalidade "muito antiga e branca", distante da realidade da população periférica. 

Além disso, para ele, o campo progressista enxerga a periferia como estratégia política, a partir de uma perspectiva arrogante, “que não conversa de igual para igual”.

Reprodução/ Parizotti Roberto
Para ele, a esquerda institucional está falhando em sua reaproximação com as bases

O resultado disso é a baixa participação da juventude da periferia nas manifestações que vem sendo convocadas contra o presidente Jair Bolsonaro. 

“A esquerda não emociona e, para emocionar, tem que levar as manifestações para onde está o povo. Tem que levar carro de som para a favela, tenho certeza que aquele modelo vai moldar a favela e a favela, com sua atmosfera, também vai moldar esse modelo. A esquerda tem que pensar em como emocionar as pessoas”, reforçou.

Lula

Galo destacou que o ex-mandatário Lula chegou a emocionar o povo, “quando surgiu um operário que virou presidente”, mas sua capacidade de fazer o mesmo, de acordo com o líder, diminuiu porque agora é algo “que as pessoas já viram, já leram sobre, já acreditaram em mentiras envolvendo-o”.

De qualquer forma, ele destacou o carinho, a admiração e o respeito que tem ao ex-presidente, apesar das críticas que tem ao líder petista: “O que mais me incomoda dele é o que incomoda todo o mundo, essa coisa muito conciliatória. Mas o que mais admiro é que Lula é um ser coletivo, é PT e sempre vai ser PT, representa esses ideais”.

Na luta contra Bolsonaro, Galo ponderou que, mesmo que Lula se eleja, a luta não acaba, pois o bolsonarismo seguirá existindo, mesmo com a saída do presidente, “a polícia vai continuar entrando e matando na favela, como já fazia antes dele, mas claro que com ele é pior”.

Sem falar que, para ele, a luta contra o golpe ainda está em curso, “um golpe contra nós, não contra o PT”, e é preciso resistir. Por isso mesmo, se pudesse escolher a chapa de Lula para as eleições de 2022, Galo colocaria Dilma Rousseff como vice, “pelo imaginário, de que estamos voltando contra o golpe, mesmo Dilma não sendo tão radical em suas políticas”.

Você que chegou até aqui e que acredita em uma mídia autônoma e comprometida com a verdade: precisamos da sua contribuição. A informação deve ser livre e acessível para todos, mas produzi-la com qualidade tem um custo, que é bancado essencialmente por nossos assinantes solidários. Escolha a melhor forma de você contribuir com nosso projeto jornalístico, que olha ao mundo a partir da América Latina e do Brasil.

Contra as fake news, o jornalismo de qualidade é a melhor vacina!

Faça uma
assinatura mensal
Faça uma
assinatura anual
Faça uma
contribuição única

Opera Mundi foi criado em 2008. É mais de uma década de cobertura do cenário político internacional, numa perspectiva brasileira e única. Só o apoio dos internautas nos permite sobreviver e expandir o projeto. Obrigado.

Eu apoio Opera Mundi
Constituinte no Chile

'Base de um Chile mais justo', diz presidente da Constituinte na entrega de texto final

Encaminhar Enviar por e-mail

Ao cumprir um ano de debate, Convenção Constitucional encerra trabalhos com entrega de nova Carta Magna a voto popular

Michele de Mello

Brasil de Fato Brasil de Fato

São Paulo (Brasil)
2022-07-04T21:39:54.000Z

Receba nossas notícias e novidades em primeira mão!

Aconteceu a última sessão da Constituinte chilena nesta segunda-feira (04/07) com a entrega de uma nova proposta de Constituição para o país. 

"Esta proposta que entregamos hoje tem o propósito de ser a base de um país mais justo com o qual todos e todas sonhamos", declarou a presidente da Convenção Constitucional, María Elisa Quinteros. 

Após um ano de debates, os 155 constituintes divulgaram o novo texto constitucional com 178 páginas, 388 artigos e 57 normas transitórias.

O presidente Gabriel Boric participou do ato final da Constituinte e assinou o decreto que convoca o plebiscito constitucional do dia 4 de setembro, quando os chilenos deverão aprovar ou rechaçar a nova Carta Magna.

"Hoje é um dia que ficará marcado na história da nossa Pátria. O texto que hoje é entregue ao povo marca o tamanho da nossa República. É meu dever como mandatário convocar um plebiscito constitucional, e por isso estou aqui. Será novamente o povo que terá a palavra final sobre o seu destino", disse.

No último mês, os constituintes realizaram sessões abertas em distintas regiões do país para apresentar as versões finais do novo texto constitucional. A partir do dia 4 de agosto inicia-se a campanha televisiva prévia ao plebiscito, que ocorre em 4 de setembro. 

Embora todo o processo tenha contado com ampla participação popular, as últimas pesquisas de opinião apontam que a nova proposta de constituição poderia ser rejeitada. Segundo a pesquisa de junho da empresa Cadem, 45% disse que votaria "não", enquanto 42% dos entrevistados votaria "sim" para a nova Carta Magna. No entanto, 50% disse que acredita que vencerá o "aprovo" no plebiscito de setembro. Cerca de 13% dos entrevistados disse que não sabia opinar.

Reprodução/ @gabrielboric
Presidente da Convenção Constitucional, María Elisa Quinteros, e seu vice, Gaspar Domínguez, ao lado de Gabriel Boric

"Além das legítimas divergências que possam existir sobre o conteúdo do novo texto que será debatido nos próximos meses, há algo que devemos estar orgulhosos: no momento de crise institucional e social mais profunda que atravessou o nosso país em décadas, chilenos e chilenas, optamos por mais democracia", declarou o chefe do Executivo. 

Em 2019, Boric foi um dos representantes da esquerda que assinou um acordo com o então governo de Sebastián Piñera para por fim às manifestações iniciadas em outubro daquele ano e, com isso, dar início ao processo constituinte chileno.

Em outubro de 2020 foi realizado o plebiscito que decidiu pela escrita de uma nova constituição a partir de uma Convenção Constitucional que seria eleita com representação dos povos indígenas e paridade de gênero.

"Que momento histórico e emocionante estamos vivendo. Meu agradecimento à Convenção que cumpriu com seu mandato e a partir de hoje podemos ler o texto final da Nova Constituição. Agora o povo tem a palavra e decidirá o futuro do país", declarou a porta-voz do Executivo e representante do Partido Comunista, Camila Vallejo.

A composição da Constituinte também foi majoritariamente de deputados independentes ou do campo progressista. Todo o conteúdo presente na versão entregue hoje ao voto público teve de ser aprovado por 2/3 do pleno da Convenção para ser incluído na redação final.

Com minoria numérica, a direita iniciou uma campanha midiática de desprestígio do organismo, afirmando que os deputados não estariam aptos a redigir o novo texto constitucional. Diante dos ataques, o presidente Boric convocou os cidadãos a conhecer a fundo a nova proposta, discutir de maneira respeitosa as diferenças e votar pela coesão do país, afirmando não tratar-se de uma avaliação do atual governo, mas uma proposta para as próximas décadas. 

"Não devemos pensar somente nas vantagens que cada um pode ter, mas na concordância, na paz entre chilenos e chilenas e pela dignidade que merecem todos os habitantes da nossa pátria", concluiu o chefe de Estado.

Você que chegou até aqui e que acredita em uma mídia autônoma e comprometida com a verdade: precisamos da sua contribuição. A informação deve ser livre e acessível para todos, mas produzi-la com qualidade tem um custo, que é bancado essencialmente por nossos assinantes solidários. Escolha a melhor forma de você contribuir com nosso projeto jornalístico, que olha ao mundo a partir da América Latina e do Brasil.

Contra as fake news, o jornalismo de qualidade é a melhor vacina!

Faça uma
assinatura mensal
Faça uma
assinatura anual
Faça uma
contribuição única

Opera Mundi foi criado em 2008. É mais de uma década de cobertura do cenário político internacional, numa perspectiva brasileira e única. Só o apoio dos internautas nos permite sobreviver e expandir o projeto. Obrigado.

Eu apoio Opera Mundi
Receba nossas notícias e novidades em primeira mão!
Opera Mundi

Endereço: Avenida Paulista, nº 1842, TORRE NORTE CONJ 155 – 15º andar São Paulo - SP
CNPJ: 07.041.081.0001-17
Telefone: (11) 4118-6591

  • Contato
  • Política e Economia
  • Diplomacia
  • Análise
  • Opinião
  • Coronavírus
  • Vídeos
  • Expediente
  • Política de privacidade
Siga-nos
  • YouTube
  • Facebook
  • Twitter
  • Instagram
  • Google News
  • RSS
Blogs
  • Breno Altman
  • Agora
  • Bidê
  • Blog do Piva
  • Quebrando Muros
Receba nossas publicações
Receba nossas notícias e novidades em primeira mão!

© 2018 ArpaDesign | Todos os direitos reservados