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20 Minutos

Economia solidária pode ajudar a reindustrializar o país, diz Renato Dagnino

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Especialista defendeu sistemas de autogestão e propriedades coletivas como medidas reformistas de diminuição das desigualdades; veja video na íntegra

Camila Alvarenga

Madri (Espanha)
2022-04-29T19:00:00.000Z

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No programa 20 MINUTOS ENTREVISTA desta sexta-feira (29/04), o jornalista Breno Altman entrevistou o professor da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) Renato Dagnino sobre economia solidária, sua especialidade.

"A economia capitalista não está funcionando, então se propõe num arranjo econômico-produtivo cuja base não é a empresa. A economia solidária é um conjunto de ‘empreendimentos’ solidários baseados na propriedade coletiva dos meios de produção. Ela não tem dono, nem salário. Os participantes pegam o que foi arrecadado e o dividem da forma como o coletivo decidir”, explicou.

Segundo ele, essa modalidade é interessante, não só para driblar a exploração que ocorre nos arranjos de produção e consumo tradicionais (privados), mas também para empregar cerca de 80 milhões de pessoas com capacidade de trabalhar e gerar riqueza “que nunca tiveram, nem nunca terão emprego”.


Além disso, Dagnino enxerga a economia solidária “como a alternativa para a reindustrialização do país”. O professor explicou que não se pode reativar a economia mantendo o “mito de que a indústria é sinônimo de empresa privada”.

“Se a gente for implementar uma estratégia de industrialização empresarial, como fizemos 20 anos atrás, pouca coisa será feita para beneficiar a classe trabalhadora; e muita coisa poderá ser desfeita. Agora podemos recomeçar um ciclo de crescimento econômico mais virtuoso se uma parte do recurso público for alocada para a economia solidária. O Bolsa Família gastou só 0,5% do PIB, dinheiro de pinga, e tirou mais de trinta milhões da pobreza extrema. Imagina o que poderíamos fazer com um pouco do que o Estado compra da empresa pública, que é 18% do PIB!. É possível fazer uma revolução no país reconstruindo o país, como temos que fazer, com economia solidária”, defendeu.

O professor se mostrou otimista de que a reindustrialização solidária possa vir a ser uma estratégia de um futuro governo de esquerda. E destacou que ela deverá contar com um subsídio do Estado análogo ao que recebe a empresa. “Não há como convencer uma organização empresarial em apostar na economia solidária”, diz ele. É essencial que os movimentos sociais pressionem para disputar o apoio do Estado para poder atender as demandas das famílias e a compra estatal.

Reprodução
Renato Dagnino defendeu um sistema baseado na autogestão e na propriedade coletiva

“Isso exigira uma modificação em toda a lei de compras estatais, por exemplo permitindo que uma parte do pagamento das encomendas para a economia solidária ocorresse antes da entrega do produto. A economia solidária teria a capacidade de atender muitos segmentos da área de construção civil, saneamento, têxtil”, listou.

Luta social e reformismo

A economia solidária se constitui a partir dos movimentos sociais e não dos que têm carteira assinada, dos trabalhadores sindicalizados, dos sindicatos. Segundo Dagnino, é importante entender que “o futuro não está para os sindicatos. Eles estão perdendo força, temos que conversar para mostrar que o sindicato precisa se reinventar, contemplar a demanda por direitos dos trabalhadores não sindicalizados, perceber a importância da economia solidária como fato portador de futuro”.

Outro desafio será interligar os empreendimentos solidários entre eles, “um não compra do outra, não ocorre com a intensidade necessária a formação de redes”. Há que adensar e prolongar as cadeias de produção e consumo solidários.

E, tudo isso tem que ser feito dentro do sistema capitalista. O professor reconheceu que o projeto seria um de “ir comendo pelas bordas”. Por isso, ele diz que a economia solidária é uma proposta criticada até mesmo dentro da esquerda: “somos chamados por alguns companheiros de colaboracionistas e quase que acusados de distrair a classe trabalhadora da sua luta contra o capital”.

“A gente aceita essas críticas, claro que somos reformistas. Mas sabemos que não teremos uma revolução socialista tão cedo e o que aparece como alternativa é uma opção melhor do que a do socialismo real, que se tentou construir a partir da tecnociência capitalista (e não da tecnociência solidária), da propriedade estatal e da heterogestão. nós sabemos que economia solidária terá que se consolidar nas brechas do capitalismo”, enfatizou.

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Guerra na Ucrânia

Rússia diz que assumiu o controle total de Lugansk

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Ministério da Defesa da Rússia afirma que suas tropas tomaram a cidade estratégica de Lysychansk, assegurando o controle da região de Lugansk, no leste da Ucrânia

Redação

Deutsche Welle Deutsche Welle

Bonn (Alemanha)
2022-07-03T20:53:00.000Z

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A Rússia reivindicou neste domingo (03/07) o controle de toda a região de Lugansk, no leste da Ucrânia, após a conquista da cidade estratégica de Lysychansk, que foi palco de intensos combates.

Segundo o Ministério da Defesa da Rússia, o titular da pasta, Serguei Shoigu, informou oficialmente "o comandante em chefe das Forças Armadas russas, Vladimir Putin, sobre a libertação da República Popular de Lugansk".

Mais tarde, o Estado-Maior da Ucrânia confirmou em um comunicado publicado no Facebook que as tropas ucranianas foram forçadas a se retirar de Lysychansk,

"Depois de intensos combates por Lysychansk, as Forças de Defesa da Ucrânia foram forçadas a se retirar de suas posições e linhas ocupadas", disse o comunicado.

"Continuamos a luta. Infelizmente, a vontade de aço e o patriotismo não são suficientes para o sucesso - são necessários recursos materiais e técnicos", disseram os militares.

Lysychansk era a última grande cidade sob controle ucraniano na região de Lugansk.

Na manhã deste domingo, o governador ucraniano da região de Lugansk, Serguei Gaidai, já havia sinalziado que as forças da Ucrânia estavam perdendo terreno em Lysychansk, uma cidade de 100.000 habitantes antes da guerra. "Os russos estão se entrincheirando em um distrito de Lysychansk, a cidade está em chamas", disse Gaidai no Telegram. "Eles estão atacando a cidade com táticas inexplicavelmente brutais", acrescentou.

A conquista de Lysychansk - se confirmada - pode permitir que as tropas russas avancem em direção a Sloviansk e Kramatorsk, mais a oeste, praticamente garantindo o controle da região, que já estava parcialmente nas mãos de separatistas pró-russos desde 2014.

Militärverwaltung der Region Luhansk/AP/dpa/picture alliance
Lysychansk está em ruínas após combates entre as forças russas e ucranianas

No sábado, um representante da "milícia popular de Lugansk" havia afirmado que os separatistas e as tropas russas haviam cercado completamente Lysychansk, algo que foi inicialmente negado pela Ucrânia

Explosões em cidade russa

Ainda neste domingo, a Rússia acusou Kiev de lançar mísseis na cidade de Belgorod, perto da fronteira entre os dois países.

"As defesas antiaéreas russas derrubaram três mísseis Totchka-U lançados por nacionalistas ucranianos contra Belgorod. Após a destruição dos mísseis ucranianos, os restos de um deles caíram sobre uma casa", informou o porta-voz do ministério da Defesa russo, Igor Konashenkov.

O governador da região, Viacheslav Gladkov, já havia anunciado anteriormente a morte de pelo menos três pessoas em explosões naquela cidade.

As acusações levantadas por Moscou foram divulgadas um dia depois de a Ucrânia denunciar o que chamou de "terror russo deliberado" em ataques na região da cidade ucraniana de Odessa.

Segundo autoridades militares e civis ucranianas, pelo menos 21 pessoas, incluindo um menino de 12 anos, foram mortas na sexta-feira por três mísseis russos que destruíram "um grande edifício" e "um complexo turístico" em Serhiivka, uma cidade na costa do Mar Negro, a cerca de 80 km de Odessa, no sul da Ucrânia.

"Isso é terror russo deliberado e não erros ou um ataque acidental com mísseis", denunciou o presidente ucraniano, Volodimir Zelenski, na noite de sexta-feira, enquanto as autoridades locais asseguraram que "não havia qualquer alvo militar" no local dos ataques.

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