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20 Minutos

‘PT nasceu revolucionário, mas depois veio a metamorfose’, afirma Isabel Mansur

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Cientista política explica mudança na estratégia do PT, do caminho ao socialismo à democratização do Estado e do consumo; veja vídeo na íntegra

Camila Alvarenga

Madri (Espanha)
2022-05-04T20:00:00.000Z

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No programa 20 MINUTOS ENTREVISTA desta quarta-feira (04/05), o jornalista Breno Altman entrevistou a cientista política Isabel Mansur, autora do livro Corda bamba: o lulismo como metamorfose e realização da estratégia democrático-popular (Editora Lutas Anticapital), sobre o surgimento e as transformações do Partido dos Trabalhadores. 

Para ela, a legenda nasceu com uma natureza marxista e revolucionária, ainda que não se reivindicasse socialista: “acho que era inclusive um partido que nascia com reflexões no sentido de superar as estratégias anteriores da esquerda socialista”. 

Aliás, o rótulo de socialista não foi adotado justamente porque “o PT tinha uma preocupação mais voltada para críticas às estratégias anteriores a sua própria fundação”.

Mansur contou que as experiências da revolução cubana, nicaraguense e o próprio governo de Salvador Allende, no Chile, influenciaram a formulação do PT, que acabou amadurecendo para se tornar um partido também anti-imperialista.

Assim, a legenda adotou uma posição chamada de democrática-popular, em contraponto à estratégia democrática-nacional desenvolvida pelo PCB. 

“As duas se aproximam muito, na verdade. Mas o elemento central da estratégia democrática-nacional era de fazer uma aliança com a burguesia nacional para suprir as incompletudes que o capitalismo brasileiro apresentava. A estratégia democrática-popular entendia que a burguesia não foi capaz de levar a cabo esse objetivo, então era a classe trabalhadora e o PT quem deveriam realizá-lo”, explicou.

Naquela época, década de 80, o projeto petista supunha uma ruptura. Entretanto, o partido sofreu uma metamorfose, que, para a cientista política, foi fruto do entendimento de o capitalismo brasileiro estava incompleto. De modo que a estratégia democrático-popular acabou dando continuidade à democrática-nacional.

Metamorfose

Esse chamado giro estratégico a partir dos anos 90, de caráter reformista, se deu, de acordo com Mansur, por causa da queda do muro de Berlim e o avanço do capitalismo, assim como as críticas que foram incorporadas sobre a falta de democracia e de liberdade de mercado que se dizia haver na União Soviética.

Reprodução
Cientista política explica mudança estratégica do Partido dos Trabalhadores

“Acho que a partir daí podemos falar em um social-liberalismo, com particulares evidentemente. Sem o elemento de ruptura revolucionária, mas ainda com governabilidade popular”, ponderou.

Mesmo assim, para ela, “o PT mudou de natureza”. Não deixava de ser um partido de massas, popular, da classe trabalhadora, “mas virou um partido da ordem”, que aposta na institucionalidade e no desenvolvimento de sua estratégia democrático-popular com alianças com frações da burguesia.

“O lulismo tem um lugar específico na possibilidade de equilíbrio dessa estratégia e dessas alianças. Por isso chamei meu livro de ‘corda bamba’, porque isso não se produziu com outras figuras. Tanto que ele não sofreu um golpe, quem o sofreu foi Dilma Rousseff”, reiterou.

Segundo a cientista política, o partido acreditou que a metamorfose da estratégia, materializada no lulismo, poderia equilibrar a correlação de forças, evitar uma contrarreforma, mas não foi o que aconteceu. A conciliação funcionou apenas sob Lula.

“E agora o PT apresenta hoje um novo governo Lula calcado nessa mesma estratégia: um lulismo talvez até mais rebaixado, sofrendo pressões do centro e da extrema direita”, lamentou.

Mansur alertou que isso pode acarretar no mesmo impasse que levou à derrota de 2016 e de forma mais acelerada, “é a corda bamba sobre a qual está colocada a esquerda brasileira”. 

O desafio, portanto, em sua opinião, será conseguir construir força social, se reorganizar para enfrentar um período de um novo governo popular com ainda menos sustentação. Ela descartou uma guinada à esquerda, “porque o novo governo Lula vai sofrer muito mais pressão da direita. Acho que o que cabe à nós é se organizar socialmente para disputar os rumos desse novo momento”.

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Guerra na Ucrânia

Rússia diz que assumiu o controle total de Lugansk

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Ministério da Defesa da Rússia afirma que suas tropas tomaram a cidade estratégica de Lysychansk, assegurando o controle da região de Lugansk, no leste da Ucrânia

Redação

Deutsche Welle Deutsche Welle

Bonn (Alemanha)
2022-07-03T20:53:00.000Z

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A Rússia reivindicou neste domingo (03/07) o controle de toda a região de Lugansk, no leste da Ucrânia, após a conquista da cidade estratégica de Lysychansk, que foi palco de intensos combates.

Segundo o Ministério da Defesa da Rússia, o titular da pasta, Serguei Shoigu, informou oficialmente "o comandante em chefe das Forças Armadas russas, Vladimir Putin, sobre a libertação da República Popular de Lugansk".

Mais tarde, o Estado-Maior da Ucrânia confirmou em um comunicado publicado no Facebook que as tropas ucranianas foram forçadas a se retirar de Lysychansk,

"Depois de intensos combates por Lysychansk, as Forças de Defesa da Ucrânia foram forçadas a se retirar de suas posições e linhas ocupadas", disse o comunicado.

"Continuamos a luta. Infelizmente, a vontade de aço e o patriotismo não são suficientes para o sucesso - são necessários recursos materiais e técnicos", disseram os militares.

Lysychansk era a última grande cidade sob controle ucraniano na região de Lugansk.

Na manhã deste domingo, o governador ucraniano da região de Lugansk, Serguei Gaidai, já havia sinalziado que as forças da Ucrânia estavam perdendo terreno em Lysychansk, uma cidade de 100.000 habitantes antes da guerra. "Os russos estão se entrincheirando em um distrito de Lysychansk, a cidade está em chamas", disse Gaidai no Telegram. "Eles estão atacando a cidade com táticas inexplicavelmente brutais", acrescentou.

A conquista de Lysychansk - se confirmada - pode permitir que as tropas russas avancem em direção a Sloviansk e Kramatorsk, mais a oeste, praticamente garantindo o controle da região, que já estava parcialmente nas mãos de separatistas pró-russos desde 2014.

Militärverwaltung der Region Luhansk/AP/dpa/picture alliance
Lysychansk está em ruínas após combates entre as forças russas e ucranianas

No sábado, um representante da "milícia popular de Lugansk" havia afirmado que os separatistas e as tropas russas haviam cercado completamente Lysychansk, algo que foi inicialmente negado pela Ucrânia

Explosões em cidade russa

Ainda neste domingo, a Rússia acusou Kiev de lançar mísseis na cidade de Belgorod, perto da fronteira entre os dois países.

"As defesas antiaéreas russas derrubaram três mísseis Totchka-U lançados por nacionalistas ucranianos contra Belgorod. Após a destruição dos mísseis ucranianos, os restos de um deles caíram sobre uma casa", informou o porta-voz do ministério da Defesa russo, Igor Konashenkov.

O governador da região, Viacheslav Gladkov, já havia anunciado anteriormente a morte de pelo menos três pessoas em explosões naquela cidade.

As acusações levantadas por Moscou foram divulgadas um dia depois de a Ucrânia denunciar o que chamou de "terror russo deliberado" em ataques na região da cidade ucraniana de Odessa.

Segundo autoridades militares e civis ucranianas, pelo menos 21 pessoas, incluindo um menino de 12 anos, foram mortas na sexta-feira por três mísseis russos que destruíram "um grande edifício" e "um complexo turístico" em Serhiivka, uma cidade na costa do Mar Negro, a cerca de 80 km de Odessa, no sul da Ucrânia.

"Isso é terror russo deliberado e não erros ou um ataque acidental com mísseis", denunciou o presidente ucraniano, Volodimir Zelenski, na noite de sexta-feira, enquanto as autoridades locais asseguraram que "não havia qualquer alvo militar" no local dos ataques.

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