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20 Minutos

Renato Rovai: bolsonarismo é o fascismo idiotizado

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Para o fundador da Revista Fórum, direita tem a vantagem de vender histórias inexistentes, sem o menor compromisso com a verdade; veja vídeo na íntegra

Pedro Alexandre Sanches

São Paulo (Brasil)
2022-05-23T20:35:00.000Z

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No programa 20 MINUTOS ENTREVISTA desta segunda-feira (23/05), Breno Altman conversou com o jornalista Renato Rovai, criador da Revista Fórum, sobre táticas e estratégias para derrotar o fascismo em 2022. 

Para Rovai, o fenômeno do bolsonarismo é um "neofascismo idiotizado", com características mais entreguistas do que nacionalistas. “O projeto de [Jair] Bolsonaro é o confronto permanente e o caos. Ele precisa fazer isso, porque numa sociedade sem o conflito como base, vão se encontrar liberais mais moderados para colocar no lugar dele. É besteira ficar com um maluco como esse”, afirmou o jornalista, declarando que o presidente brasileiro "pode fazer isso, porque ao mesmo tempo entrega tudo, é ultraneoliberal. Se fosse nacionalista, ele teria sido derrubado".

O fundador da Fórum classificou a produção de notícias falsas como o principal combustível para o crescimento neofascista à moda local: “fica mais fácil, porque eles não têm o mínimo compromisso com a verdade. Quem distribui é ignorante ou está pouco se lixando se é mentira. Esse é cúmplice e sócio, ajuda a fazer com o maior prazer”.  

Altman perguntou por que o bolsonarismo é especialmente forte nos setores de maior renda e escolaridade, e Rovai deu sua interpretação dizendo que talvez essa “seja a faixa mais idiotizada da população". Segundo ele, "quanto mais conhece gente da elite, a gente mais se convence da ignorância total”. 

O jornalista defende que Bolsonaro libertaria parte da elite brasileira para voltar a ser o que sempre foi e sempre quis ser, inclusive escravagista, citando como exemplo a revolta de setores da burguesia no momento em que a ex-presidente Dilma Rousseff defendeu a lei dos direitos trabalhistas para trabalhadoras domésticas.

Reconstituindo o caminho que trouxe o Brasil a este ponto, Altman e Rovai voltaram às jornadas de junho de 2013, iniciadas pela esquerda e rapidamente apropriadas pela direita, que assim voltou às ruas pela primeira vez em décadas. 

“A tecnologia do golpe foi desenvolvida ali, e a tecnologia da disputa de Bolsonaro em 2018 também. Ali eles aprendem como é possível derrotar a esquerda”, concluiu.

Flickr/Fora do Eixo
Jornalista Renato Rovai, criador da Revista Fórum, é o entrevistado de Breno Altman no 20 MINUTOS ENTREVISTA desta segunda-feira (23/05)

Enquanto a política tradicional desmoronava a bordo da Operação Lava Jato, o bolsonarismo ocupava o lugar deixado vago e adquiria protagonismo. Para ele, os partidos mais tradicionais, com exceção do PT, acabaram se esfarelando no processo. “Nesse vácuo, o bolsonarismo acabo assumindo protagonismo. Isso já se podia ver nas manifestações de 2015 e 2016, quando Bolsonaro era recebido como mito e herói e Aécio [Neves], [Geraldo] Alckmin e [José] Serra já eram vaiados como pessoas do sistema”, lembrou.

Como derrotar o fascismo

Rovai acaba de lançar, em parceria com o sociólogo Sergio Amadeu, o livro Como Derrotar o Fascismo em Eleições e Sempre, em coedição das editoras Veneta e Hedra. O livro analisa a ascensão dessa nova direita mais agressiva, ignorante e totalmente adaptada ao mundo digital e testa sugestões para derrotá-la. 

Para o editor da Fórum, o bolsonarismo foi eficaz no uso da ferramenta que tinha: as redes sociais. Enquanto isso, o PT apostava no poder decadente da televisão e na imagem de Luiz Inácio Lula da Silva para alcançar a vitória. 

Como Derrotar o Fascismo defende que o meio digital é o campo de batalha por princípio do neofascismo à brasileira. De acordo com Rovai, a campanha da direita em 2018 foi construída calculadamente a partir de influenciadores digitais com grande número de seguidores, inclusive transformando alguns desses atores em candidatos que acabaram eleitos com altas votações.

O jornalista alertou para o grande apoio político que o atual presidente tem conseguido angariar. “Elon Musk ter vindo aqui é uma demonstração que o grande capital internacional tem interesse e vai provavelmente apoiar Bolsonaro fortemente”, disse. 

Afirmando que o embate nas ruas vai ser duro em 2022, Rovai defendeu que a campanha de Lula responda à eficácia dos estratagemas bolsonaristas com um discurso concreto e direto: “O Bolsa Família vai ser de quanto? Tem que dizer o valor. Vamos ter que ganhar esta eleição disputando o voto pobre conservador, porque o voto rico conservador vai todo para Bolsonaro”.  

Na mesma direção, sustentou que não fazem sentido neste momento, como não faziam em 2018, campanhas do tipo “a esperança vai vencer o medo”. “Só tem um discurso para combater o medo que Bolsonaro impôs. É medo contra medo, mais medo para derrotar o medo”, finalizou. 

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Guerra na Ucrânia

União Europeia terá plano emergencial de fornecimento de gás em julho

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Representante anunciou nesta quarta-feira (06/07) que a União Europeia terá plano emergencial para lidar com problemas no fornecimento de gás dentro de duas semanas

Redação Opera Mundi

São Paulo (Brasil)
2022-07-06T14:45:00.000Z

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Ursula von der Leyen, presidente da Comissão Europeia, anunciou nesta quarta-feira (06/07) que a União Europeia terá um plano emergencial para lidar com problemas no fornecimento de gás russo dentro de duas semanas.

"É importante ter uma abordagem coordenada baseada em dois pontos: verificar onde há mais necessidade de gás e como fazer com que esse gás vá para essas áreas. Estamos preparando esse plano porque não queremos que, em caso de emergência, haja 27 diferentes intervenções em nível nacional, como aconteceu no início da covid", pontuou a líder do Executivo ao Parlamento Europeu.

Von der Leyen afirmou que é preferível que cada Estado-membro da União Europeia tenha seu próprio plano interno, "mas se reduzirmos a demanda de energia em alguns setores da economia, isso deve ocorrer sem obstáculos no mercado interno".

A presidente da comissão ainda acrescentou que "o gás e o petróleo devem ser distribuídos onde houver mais necessidade", e alertou que os países-membros devem estar "preparados" para novos cortes no fornecimento dos combustíveis fósseis russos, como vem ocorrendo nas últimas semanas por conta das sanções contra a o país, devido a guerra na Ucrânia.

"Precisamos nos preparar para novas interrupções do fornecimento de gás, até mesmo uma interrupção completa do fornecimento por parte da Rússia. Hoje, ao todo, 12 Estados-membros são diretamente afetados por reduções parciais ou totais no fornecimento de gás. É evidente que [Vladimir] Putin está usando a energia como arma. Por isso, a Comissão está elaborando o plano de emergência europeu", disse Von der Leyen.

Flickr
Ursula von der Leyen, presidente da Comissão Europeia, se manifestou sobre o possível corte do fornecimento de gás russo para a Europa

A presidente da comissão também apontou que todas os países europeus já estão "diversificando as fontes" de fornecimento de energia, usando outros parceiros e "se afastando da Rússia":

"Desde março, as exportações globais de GNL para a Europa aumentaram 75% em relação a 2021. Ao mesmo tempo, a importação média mensal de gás russo teve uma forte queda de 33% na comparação com o ano passado. E estamos fazendo mais progressos, mas isso tudo funcionará só se acelerarmos a nossa transição para os renováveis. As mudanças climáticas não vão esperar o fim da guerra de Putin", acrescentou a presidente da Comissão Europeia.

A representante ainda negou especulações de que, por conta do conflito e de questões de segurança, seria necessário "atrasar a transição verde" para focar na segurança do bloco:

"É exatamente o contrário. Se não fizermos nada além de limitar combustíveis fósseis, os preços vão explodir no futuro e vão reforçar Putin. A melhor saída, mais limpa e mais segura da nossa dependência são as energias renováveis", disse.

(*) Com Ansa.

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