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20 Minutos

Gregório Duvivier: líderes da direita agem como bufões grotescos e escatológicos

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Humorista critica falta de humor da militância cirista e pede uma atitude mais 'desbocada' à esquerda; veja vídeo na íntegra

Pedro Alexandre Sanches

São Paulo (Brasil)
2022-06-09T19:30:00.000Z

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Gregório Duvivier comparou os estilos de humor que caracterizam a direita, a esquerda e o centro em entrevista ao programa 20 MINUTOS desta quinta-feira (09/06), com o jornalista Breno Altman. 

Para o humorista, líderes de direita como o brasileiro Jair Bolsonaro, o ex-presidente dos Estados Unidos Donald Trump e o premiê britânico Boris Johnson agem como "bufões que usam um humor grotesco e escatológico", sublinhando as próprias falhas e pontos fracos, em uma estratégia tradicional dos palhaços. 

“Hoje, infelizmente, os líderes de direita entenderam melhor a importância do humor na política”, disse o humorista, que ficou nacionalmente conhecido a partir de seu trabalho como ator e roteirista no canal Porta dos Fundos. Ele citou como exemplos os tons de pele e os cabelos “ridículos” de Trump e Johnson, ou as qualidades de “personagem do SBT” do primeiro-ministro do Reino Unido. 

Por sua vez, o presidente brasileiro atua acentuando e exagerando as características negativas atribuídas a ele: “se diziam que gostava de ditadura, ele dobrava a aposta. Não consigo achar engraçado, mas quem gosta do Bolsonaro talvez não lembre de uma medida dele, mas lembra das 'lacradas', das ‘mitadas’”. 

A oposição a Bolsonaro, de outro lado, ficou mais medrosa e sem auto-ironia: “eu gostaria que a esquerda fosse um pouquinho mais desbocada, o que não significa ser racista, homofóbica ou ultrajante, mas estar mais no ataque e ser franco em relação ao outro”. A exceção é Luiz Inácio Lula da Silva, que, segundo Duvivier, age como um "clown de si mesmo".

“Lula tem uma antena muito ligada em relação ao meme e produz muito facilmente memes no discurso, e não é por acaso. Tem a ver com uma ligação muito sincera que ele tem com ele mesmo. [...] Ele tem ferramentas do clown, porque tem um contato muito profundo com a identidade real, atávica e ancestral dele mesmo", disse.

Falando pela primeira vez sobre o debate que teve com o pré-candidato à Presidência pelo PDT, Ciro Gomes, o humorista defendeu que a participação ocorreu na tentativa de diálogo, com o objetivo de defender a equipe do programa e a si próprio. Em maio, Duvivier veiculou em seu programa semanal Greg News, na HBO, um episódio crítico político. 

Wikimedia Commons
Para Duvivier, existem limites para o humor, mas considera-os fluidos e móveis

“Ele podia ter me ganhado, sou um ex-eleitor, mas conseguiu me jogar para o outro lado do espectro com o tratamento que me deu", afirmou. Em sua opinião, Gomes emula a "agressividade bolsonarista" para ganhar votos desse eleitorado, que não será conquistado porque já tem o próprio presidente. 

Humor é de direita ou de esquerda?

Praticante no início de uma modalidade de humor “contra tudo e contra todos”, o ator e escritor carioca passou por um processo de transformação a partir do primeiro voto, dado a Lula, em 2002. 

As jornadas de junho de 2013, a eleição polarizada entre Dilma Rousseff e Aécio Neves, em 2014, e o impeachment da presidente em 2016 fizeram-no se deslocar para a esquerda. “Ficou muito claro para mim que existe sim uma luta entre direita e esquerda no Brasil, e a polarização é muito necessária quando o outro lado é tão fascistoide. A partir daí me identifiquei como pessoa de esquerda e passei a fazer um humor político mais politizado”, disse.

Duvivier acredita que existem limites para o humor, mas considera-os fluidos e móveis, inclusive porque o tabu é matéria-prima essencial da atividade. A fórmula de rir do opressor e não do oprimido é válida, mas a linha demarcatória entre opressor e oprimido não é sempre óbvia. Seu trabalho procura, então, afrontar dogmas do humorismo tradicional televisivo, evitando bordões, piadas de cunho sexual, objetificação da mulher, misoginia, homofobia e racismo. 

Esses novos parâmetros por vezes se tornam conflituosos, como nos ataques que o Porta dos Fundos sofreu ao tocar na religião em tom de piada. “O humor é basicamente a arte de tocar nos tabus e nas coisas proibidas, de falar aquilo que você sabia, mas não sabia que sabia. Essa atividade é oposta não à religião, mas ao fanatismo”, defendeu.

Cada vez mais mergulhado no imaginário político que nutre o programa Greg News, Duvivier sustenta ainda assim que seu objetivo profissional é exclusivamente humorístico, apoiado por uma equipe de jornalistas e fontes primárias de informação. 

“Por isso fui defender minha equipe para Ciro. Fazem um trabalho de apuração muito grande, e o que faço é pentear isso com piadas e uma maneira gostosa de falar. Não saberia nunca fazer um programa como esse sozinho, por isso continuo apenas um humorista”, definiu, descartando qualquer pretensão político-eleitoral no futuro.

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Política e Economia

Alemanha reduz imposto sobre o gás em meio a alta dos preços

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Scholz afirma que imposto sobre valor agregado cairá temporariamente de 19% para 7% a fim de 'desafogar consumidores'. Governo alemão estava sob pressão após anunciar uma sobretaxa ao consumo de gás durante o inverno

Redação

Deutsche Welle Deutsche Welle

Bonn (Alemanha)
2022-08-18T22:00:00.000Z

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O chanceler federal da Alemanha, Olaf Scholz, anunciou nesta quinta-feira (18/08) que o governo vai reduzir temporariamente o imposto sobre valor agregado (IVA) do gás, de 19% para 7%, a fim de "desafogar os consumidores" em meio a alta dos preços.

Em coletiva de imprensa, o líder alemão disse esperar que as empresas de energia repassem a economia possibilitada pela medida de maneira proporcional aos consumidores, que usam o gás, por exemplo, para aquecer suas casas em meses mais frios.

A medida deve entrar em vigor em outubro e durar ao menos até o fim do ano que vem. A ideia é diminuir o peso de uma sobretaxa ao uso de gás anunciada pelo governo alemão no início desta semana.

Essa sobretaxa, que também entrará em vigor em outubro para residências e empresas alemãs, foi fixada em 2,4 centavos de euros por quilowatt-hora de gás utilizado durante o inverno europeu.

O anúncio levou a indústria e políticos da oposição a pressionarem o governo alemão a tomar alguma medida para suavizar o aumento dos preços.

"Com essa iniciativa, vamos desafogar os consumidores num nível muito maior do que o fardo que a sobretaxa vai criar", afirmou Scholz.

Inicialmente, o governo alemão havia dito que esperava amenizar o golpe da sobretaxa ao gás tornando somente ela isenta do IVA. Mas, para isso, Berlim precisaria do aval da União Europeia (UE), que não aprovou a ideia.

Por outro lado, o que o governo de Scholz poderia fazer sem precisar consultar Bruxelas é alterar a taxa do IVA sobre o gás em geral. E foi o que ele fez.

O gás é o meio mais popular de aquecimento de residências na Alemanha, sendo usado em quase metade dos domicílios do país.

Alemanha corre para encher reservatórios

Além de planos para diminuir o uso de energia, a Alemanha também segue tentando encher suas reservas de gás natural liquefeito antes do início do inverno.

O vice-chanceler federal e ministro da Economia e da Proteção Climática, Robert Habeck, anunciou recentemente um plano para preencher os reservatórios com 95% da capacidade até 1º de novembro.

No momento do anúncio, as reservas estavam em 65% do total e, no fim de semana passado, chegaram a 75%, duas semanas antes do previsto.

Julian Stratenschulte/dpa/picture alliance
Redução no imposto sobre o gás ocorreu após pressão da indústria e de políticos da oposição

Ainda assim, o chefe da agência federal alemã responsável por diferentes redes, como redes de trens e de gás, disse nesta quinta-feira que tem dúvidas sobre o alcance da meta.

"Não acredito que vamos atingir nossas próximas metas de reserva tão rapidamente quanto as primeiras. Em todas as projeções ficamos abaixo de uma média de 95% até 1º de novembro. A chance de isso acontecer é baixa porque alguns locais de armazenamento começaram num nível muito baixo", disse Klaus Müller ao site de notícias t-online.

Ele também alertou que os consumidores provavelmente terão que se acostumar com as pressões no mercado de gás de médio ou longo prazo.

"Não se trata de apenas um inverno, mas de pelo menos dois. E o segundo inverno [a partir do final de 2023] pode ser ainda mais difícil. Temos que economizar muito gás por pelo menos mais um ano. Para ser bem direto: serão pelo menos dois invernos de muito estresse", afirmou Müller.

Plano de contingência

Em 26 de julho, a União Europeia aprovou um plano de redução do consumo de gás, com o objetivo de armazenar o combustível para ser usado durante o inverno e diminuir a dependência da Rússia no setor energético. O plano de contingência entrou em vigor no início de agosto.

Na Alemanha, o governo segue analisando maneiras de limitar o consumo de energia, antevendo a situação para o próximo inverno.

Prédios públicos, com exceção de hospitais, por exemplo, serão aquecidos somente a 19 ºC durante os meses frios. Além disso, diversas cidades na Alemanha passaram a reduzir a iluminação noturna de monumentos históricos e prédios públicos.

Em Berlim, cerca de 200 edifícios e marcos históricos, incluindo o prédio da prefeitura, a Ópera Estatal, a Coluna da Vitória e o Palácio de Charlottenburg, começaram a passar por um processo de desligamento gradual de seus holofotes no final de julho, em um processo que levaria quatro semanas.

Hannover, no norte do país, também anunciou seu plano para reduzir o consumo de energia em 15% e se tornou a primeira grande cidade europeia a desligar a água quente em prédios públicos, o que inclui oferecer apenas chuveiros frios em piscinas e centros esportivos.

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