Com muito pouco você
apoia a mídia independente
Opera Mundi
Opera Mundi APOIE
  • Política e Economia
  • Diplomacia
  • Análise
  • Opinião
  • Coronavírus
  • Vídeos
  • Podcasts
20 Minutos

Maria Augusta Ramos: Bolsonaro governa com instrumentos herdados da Lava Jato

Encaminhar Enviar por e-mail

Para diretora do documentário 'Amigo Secreto', discursos contra a Constituição e política do presidente nasceu na operação conduzida por Sergio Moro; veja vídeo na íntegra

Pedro Alexandre Sanches

São Paulo (Brasil)
2022-07-02T14:36:00.000Z

Receba nossas notícias e novidades em primeira mão!

O programa 20 MINUTOS ENTREVISTA desta sexta-feira (01/07) recebeu a cineasta brasileira Maria Augusta Ramos, diretora do recém-lançado documentário Amigo Secreto. 

O filme aborda a Operação Lava Jato à luz das revelações da chamada Vaza Jato, que em 2019 tornou públicos diálogos comprometedores travados entre os procuradores envolvidos na força-tarefa. Na avaliação da diretora, o discurso anticonstitucional, anti-Congresso e antipolítica utilizado pelo governo de Jair Bolsonaro é consequência do modo como a operação foi conduzida pelo agora ex-juiz Sergio Moro e pelos procuradores que integraram a operação. 

“Eles criaram um monstro, que agora ataca a democracia, o STF, o sistema de Justiça. É uma consequência do que Moro e os procuradores faziam, constantemente atacando o devido processo legal, passando por cima de direitos individuais e da presunção de inocência”, afirmou a cineasta. 

Seu documentário acompanha as equipes de jornalistas dos veículos The Intercept Brasil e El País Brasil nos trabalhos de apuração da Vaza Jato. 

A inspiração para a obra é o chamado documentário de observação, que Ramos já utilizou em outros trabalhos, como O Processo (2018) e Justiça (2004). No caso de Amigo Secreto, há entrevistas porque o documentário retrata o trabalho dos jornalistas dos dois veículos escolhidos pela cineasta.

Ramos diz que o filme procura retratar um “outro lado da moeda”, que a força-tarefa da Lava Jato escondeu da opinião pública com colaboração direta da grande mídia. “Ficou muito claro para mim que o caminho a seguir seria acompanhar jornalistas da mídia independente que se debruçaram sobre as mensagens vazadas e, a partir dali, propor uma releitura da Lava Jato”, explica.

Classificando a Lava Jato como uma operação bancada pela grande mídia e por setores da elite que queriam a remoção da esquerda do poder, Ramos vê um conluio ilegal e antidemocrático entre os atores da operação e a mídia, o que justifica a procura de pontos de vista alternativos: “o filme é também um tributo à boa imprensa, à imprensa ética, independente, minuciosa, que busca pela verdade dos fatos. A imprensa é a quarta instituição da democracia, e tem que funcionar para manter uma democracia saudável. O que a gente viu foi que a mídia também ajudou a produzir esse monstro.”

Questionada pelo jornalista Haroldo Ceravolo Sereza se pensou ou tentou entrar também em alguma das redações dos veículos maiores, disse que não. “Tenho que ter uma relação muito íntima com meus protagonistas, que têm que se doar e ter confiança total em mim. Me pergunto se a Folha de São Paulo ia me dar a independência que El País me deu. Duvido muito”, disse.

Neutralidade no documentário?

A reversão de narrativa desde a Vaza Jato não veio acompanhada da tão apregoada autocrítica por parte das instituições de mídia, e Ramos não espera que venha.

Divulgação
Cineasta brasileira Maria Augusta Ramos foi a convidada do programa '20 MINUTOS ENTREVISTA' desta sexta-feira (01/07)

A cineasta não situa o gênero do documentário no campo do jornalismo. Esse, pela própria natureza e instantaneidade, é levado a atropelar, por exemplo, o tempo jurídico dos fatos, levando a descontextualizações e distorções, involuntárias ou não. O documentário pode adicionar as dimensões do tempo, da reflexão e da emoção.

Tal reflexão não se pauta pela busca de neutralidade, e Ramos duvida que essa seja possível, mesmo na indústria de notícias. Mesmo incorporando uma visão de mundo particular, ela toma como comprometimentos inegociáveis a ética, a verdade e o respeito. 

“O juiz Sergio Moro é editado com respeito, da mesma maneira que os outros personagens. Não é editado de maneira sensacionalista, nem no sentido de ridicularizá-lo”, delimita.

Em cartaz nos cinemas, Amigo Secreto não está nem estará a curto prazo nas plataformas de streaming, segundo sua diretora, devido à janela exigida pelo período eleitoral, mas também a sua natureza: “filmes como esse não são facilmente produzidos por plataformas de streaming, porque são filmes políticos, que envolvem interesses econômicos. Os streamings não são independentes, a gente tem que entender isso. São empresas privadas, que têm interesses não só em lucro, mas de todo tipo”. 

Embora não apanhe a desistência de Moro em disputar a Presidência da República, Amigo Secreto cita a possível candidatura e o fato de o ex-juiz ter se tornado efetivamente um político. “Ele se filiou num partido, e isso é muito simbólico e significativo de tudo que a gente viveu e da própria Lava Jato”, afirma a diretora.

Despreocupada em ostentar falsa neutralidade, Ramos responde se seu filme poderia impactar a eleição de 2022: “eu adoraria que impactasse, porque o que a gente está vivendo é algo tenebroso, sombrio. Eu, como cidadã brasileira, espero de corpo e alma que Lula ganhe estas eleições. Isso tem que acontecer, é uma questão de democracia contra barbárie”, conclui, observando que Amigo Secreto foi pensado para as salas de cinema e não para Netflix, Amazon ou Globo.

Você que chegou até aqui e que acredita em uma mídia autônoma e comprometida com a verdade: precisamos da sua contribuição. A informação deve ser livre e acessível para todos, mas produzi-la com qualidade tem um custo, que é bancado essencialmente por nossos assinantes solidários. Escolha a melhor forma de você contribuir com nosso projeto jornalístico, que olha ao mundo a partir da América Latina e do Brasil.

Contra as fake news, o jornalismo de qualidade é a melhor vacina!

Faça uma
assinatura mensal
Faça uma
assinatura anual
Faça uma
contribuição única

Opera Mundi foi criado em 2008. É mais de uma década de cobertura do cenário político internacional, numa perspectiva brasileira e única. Só o apoio dos internautas nos permite sobreviver e expandir o projeto. Obrigado.

Eu apoio Opera Mundi
Saúde

OMS alerta para transmissão da varíola dos macacos de humanos para animais

Encaminhar Enviar por e-mail

Ciência registra primeiro caso de infecção de homem para cachorro, soando alerta da organização internacional

Redação

Deutsche Welle Deutsche Welle

Bonn (Alemanha)
2022-08-18T19:55:00.000Z

Receba nossas notícias e novidades em primeira mão!

A Organização Mundial da Saúde (OMS) lançou um alerta nesta quarta-feira (17/08) para que os infectados com varíola dos macacos evitem expor animais ao vírus, após o relato do primeiro caso de transmissão de humanos para um cachorro.

O caso envolvendo dois homens e um cão da raça galgo italiano, que vivem juntos na mesma residência, foi registrado em Paris, na França, e descrito na revista médica The Lancet.

"Este é o primeiro registro de transmissão de humano para animal [...] e acreditamos que seja o primeiro exemplo de um canino sendo infectado", afirmou Rosamund Lewis, diretora técnica da OMS para varíola dos macacos.

Segundo a diretora, especialistas já estavam cientes do risco teórico da possibilidade desse tipo de transmissão, e agências públicas de saúde já haviam lançado apelos para que infectados isolassem seus pets.

Além disso, diz Lewis, o manejo adequado do lixo é fundamental para diminuir o risco de contaminação de roedores e outros animais externos. Segundo ela, é vital que as pessoas saibam como proteger seus animais de estimação, assim como manejar corretamente o lixo, "de maneira que os animais, em geral, não sejam expostos ao vírus".

Mutações

Quando os vírus conseguem "pular" a barreira das espécies, surgem preocupações de que possam passar por mutações em sentidos mais perigosos.

NIAID/AP/picture alliance
Cientistas temem que o vírus da varíola dos macacos, ao se transportar para espécies diferentes, possa sofrer mutações

Lewis ressaltou que, até o momento, não há registros de que isso esteja ocorrendo, mas reconheceu que "certamente, tão logo o vírus se transporte para um ambiente e uma população diferente, existe, obviamente, a possibilidade de que venha a se desenvolver e se desenvolver de maneira diferente".

Para ela, a preocupação maior gira em torno dos animais externos ao ambiente doméstico.

"A situação mais perigosa [...] seria aquela na qual o vírus consegue se movimentar em uma população de pequenos mamíferos com alta densidade de animais", afirmou o diretor de emergências da OMS, Michael Ryan.

Segundo ele, as infecções de um animal a vários outros poderiam gerar uma rápida evolução do vírus.

Ryan, entretanto, considera que não há grandes preocupações quanto aos animais domésticos. Ele minimizou a possibilidade de evolução do vírus em um único animal e disse que os pets não estão em risco.

Mais de 35 mil casos no mundo

A varíola dos macacos recebeu esse nome por ter sido inicialmente identificada em primatas utilizados em pesquisas científicas na Dinamarca, em 1958. No entanto, o vírus é encontrado em uma variedade de animais, com frequência maior nos roedores.

A doença foi detectada em humanos pela primeira vez em 1970, na República Democrática do Congo, e se espalhou para outras nações na África Central e Ocidental.

Em maio, as infecções começaram a se espalhar com rapidez pelo mundo. Mais de 36 mil casos da varíola dos macacos já foram confirmados em 92 países desde o início do ano, com 12 mortes registradas, segundo dados da OMS. A entidade classificou a doença como uma emergência global de saúde.

Você que chegou até aqui e que acredita em uma mídia autônoma e comprometida com a verdade: precisamos da sua contribuição. A informação deve ser livre e acessível para todos, mas produzi-la com qualidade tem um custo, que é bancado essencialmente por nossos assinantes solidários. Escolha a melhor forma de você contribuir com nosso projeto jornalístico, que olha ao mundo a partir da América Latina e do Brasil.

Contra as fake news, o jornalismo de qualidade é a melhor vacina!

Faça uma
assinatura mensal
Faça uma
assinatura anual
Faça uma
contribuição única

Opera Mundi foi criado em 2008. É mais de uma década de cobertura do cenário político internacional, numa perspectiva brasileira e única. Só o apoio dos internautas nos permite sobreviver e expandir o projeto. Obrigado.

Eu apoio Opera Mundi
Receba nossas notícias e novidades em primeira mão!
Opera Mundi

Endereço: Avenida Paulista, nº 1842, TORRE NORTE CONJ 155 – 15º andar São Paulo - SP
CNPJ: 07.041.081.0001-17
Telefone: (11) 4118-6591

  • Contato
  • Política e Economia
  • Diplomacia
  • Análise
  • Opinião
  • Coronavírus
  • Vídeos
  • Expediente
  • Política de privacidade
Siga-nos
  • YouTube
  • Facebook
  • Twitter
  • Instagram
  • Google News
  • RSS
Blogs
  • Breno Altman
  • Agora
  • Bidê
  • Blog do Piva
  • Quebrando Muros
Receba nossas publicações
Receba nossas notícias e novidades em primeira mão!

© 2018 ArpaDesign | Todos os direitos reservados