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20 Minutos

Wilson Ramos Filho: Lava Jato escancarou o papel opressor da Justiça

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Advogado afirma que o ex-juiz Sergio Moro colocou parcialidade do judiciário à vista de todos, e tática não é ponto fora da curva no país; veja vídeo na íntegra

Pedro Alexandre Sanches

São Paulo (Brasil)
2022-08-01T19:45:00.000Z

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O advogado e professor de direito da Universidade Federal do Paraná (UFPR) Wilson Ramos Filho participou do programa 20 MINUTOS desta segunda-feira (01/08) e afirmou que a Operação Lava Jato e o ex-juiz Sergio Moro "escancararam" o histórico funcionamento do sistema jurídico brasileiro em favor das classes dominantes, algo que era corrente, mas não tão perceptível para a sociedade em geral. 

“Nunca foi tão fácil explicar aos alunos de direito para que servem o poder judiciário, o aparato repressivo estatal e o Estado repressor no Brasil”, afirmou o coordenador do Grupo de Pesquisas da Lawfare no Brasil, em conversa com o diretor de redação de Opera Mundi, Haroldo Ceravolo Sereza. “A Lava Jato e os que a apoiaram fizeram o favor de demonstrar na prática, à vista de todos, o que dizíamos teoricamente sobre a função do direito na sociedade capitalista.”

Ramos Filho preside o conselho curador do Museu da Lava Jato, que entrou no ar em versão virtual neste 1º de agosto, e deve ganhar sede física em Curitiba (PR). O espaço conta com uma coleção de 8.000 fotos da Vigília Lula Livre, 46 mil notícias sobre a Lava Jato, mais de 1.500 processos contra réus no âmbito da operação e 200 trabalhos acadêmicos e científicos sobre o tema.

Além de informações sobre a Vaza Jato, análises críticas e história oral gravada, com depoimentos de advogados sobre a lawfare que caracterizou a operação, em particular contra o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

“A Lava Jato desligitimou o poder judiciário, que tinha uma aura de neutralidade e imparcialidade. Moro escancarou a parcialidade, e ele não é um ponto fora da curva. Só fez o que fez porque estava com as costas quentes e durante muito tempo a maioria dos juízes federais apoiava o que ele estava fazendo”, afirma o advogado.

Divulgação/Gibran Mendes
Professor de direito da Universidade Federal do Paraná afirmou que Operação Lava Jato e Sergio Moro "escancararam" funcionamento de sistema

Ramos Filho conta que a ideia de criação de um museu surgiu a partir de uma conversa que teve com Lula, a respeito do impacto da mobilização popular em frente ao edifício onde o ex-presidente ficou preso.

O objetivo do museu não é simplesmente documentar aquele período, mas também esclarecer os efeitos continuados da operação, no presente e no futuro. “O tanto de empregos que a Lava Jato destruiu vai ter efeito por longos anos. Imagina as teses de economistas que demonstrarão com números o que esses irresponsáveis fizeram pelo Brasil. Bolsonaro não existiria se não existisse Moro”, diz.

Amigo histórico do hoje ministro do Supremo Tribunal Federal Edson Fachin, Ramos diz-se emocionalmente impedido de avaliar sua atuação na relatoria dos processos da Lava Jato no STF: “fui colega de turma e sócio de uma pessoa que tinha o mesmo nome e era fantástico, progressista, sensível para os temas da sociedade, chamada Luiz Edson Fachin. Alguma coisa aconteceu depois da nomeação desse meu grande amigo ao STF, que fez com que ele ficasse irreconhecível."

Para o professor, a história não perdoará aqueles que se converteram ao “lavajatismo” e a correção dos rumos recentes da Justiça brasileira será tema inescapável de discussão após a derrota do bolsonarismo: “Os horrores da Lava Jato e do governo Bolsonaro podem gerar uma reação como foi no final da Segunda Guerra Mundial, no sentido de reconstrução de direitos”, afirma, defendendo uma reforma ampla no judiciário e no Ministério Público Federal.

O advogado considera indigno de confiança o sistema judiciário brasileiro atual, em face dos acontecimentos nos últimos anos. “A Constituição de 1988 não permitiria o golpe de 2016, a revogação da CLT (Consolidação das Leis do Trabalho), o teto de gastos. E tudo isso aconteceu sem a Constituição precisar ser revogada ou modificada. Dá para confiar no poder judiciário?”, questiona, deixando a resposta em aberto.

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Direitos Humanos

Exército de Israel invade e fecha sete organizações de direitos humanos da Palestina

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Grupos entraram na lista de 'organizações terroristas' e sofreram ataque na madrugada desta quinta (18/08) na Cisjordânia

Michele de Mello

Brasil de Fato Brasil de Fato

São Paulo (Brasil)
2022-08-18T19:05:00.000Z

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Nesta quinta-feira (18/08), militares de Israel invadiram e fecharam a sede de sete organizações não governamentais e de direitos humanos palestinas nas cidades de Ramallah e al-Bireh, na região ocupada da Cisjordânia. Seis delas já haviam sido caracterizadas por Israel como organizações “terroristas”, em outubro de 2021, e acusadas de ter vínculos com a Frente Popular de Libertação pela Palestina (FPLP).

Os escritórios das organizações foram saqueados e seus equipamentos confiscados. As portas foram fechadas com solda, com uma ordem militar israelense declarando a "ilegalidade" das organizações.

As organizações atingidas são: Addameer (palavra em árabe para "consciência"), al-Haq (palavra para "justiça"), Defesa das Crianças da Palestina (DCI), União dos Comitês de Trabalho Agrícola (UAWC), Centro Bisan para Pesquisa e Desenvolvimento, Comitê da União das Mulheres Palestinas (UPWC) e o Sindicato das Comissões de Trabalho em Saúde (UHWC).

"Encontramos um documento colado na porta, apenas em hebraico, dizendo que esta é uma organização fechada, não temos permissão para entrar e nenhum período de tempo é especificado", denunciou o diretor do Sindicato das Comissões de Trabalho em Saúde, Mazen Rantisi. 

A ação militar aconteceu na madrugada, logo após o assassinato de  Waseem Nasr Khalifa, de 20 anos, no campo de refugiados de Balata, arredores da cidade de Nablus, norte da Cisjordânia ocupada. Outros  quatro palestinos ficaram feridos por arma de fogo, três  estariam em estado crítico. Os diretores das organizações de direitos humanos dizem que já esperavam a repressão das forças israelenses após serem classificadas como "organizações terroristas" e agora temem por possíveis detenções ou outras represálias.

Existem aproximadamente 4,5 mil palestinos detidos em prisões israelenses, deste total, cerca de 500 são presos administrativos - sem acusação formal ou julgamento.  

"Este ataque visa intimidar e reestruturar a sociedade civil palestina para parar de documentar e expor os abusos e violações da ocupação israelense", disse Shawan Jabarin, diretor-geral da organização de direitos humanos Al-Haq. 

As ONGs, no entanto, asseguram que continuarão seu trabalho. "Não é um trabalho para nós, é convicção, é fé", disse Jabarin. Os grupos afetados ainda convocaram um protesto em frente aos escritórios da Al-Haq no centro de Ramallah na quinta-feira ao meio-dia para protestar contra as incursões e o fechamento de seus escritórios.

Reprodução
Forças de Israel invadem sedes de organizações não-governamentais nas cidades de Ramallah e al-Bireh, na Palestina ocupada

O secretário-geral do Comitê Executivo da Organização pela Liberdade Palestina (OLP), Hussein al-Sheikh, condenou o fechamento dizendo que a decisão busca silenciar a "voz da verdade e da justiça". 

"Vamos apelar a todos os órgãos internacionais oficiais e instituições de direitos humanos para intervir imediatamente para condenar esse comportamento dos ocupantes e pressioná-los a reabrir as instituições para que possam exercer suas atividades livremente", publicou.

O presidente do Conselho Nacional Palestino, Rawhhi Fattouh classificou a ação como "um ato de intimidação e uma tentativa desesperada de encobrir as provas dos crimes e violações diários do ocupante contra civis palestinos".

Já o ministro de Justiça da Palestina, Mohammad Shalaldeh, disse que irá solicitar uma posição do secretário-geral da ONU, Antonio Guterres, e do Conselho de Segurança. "Esse ataque fere o princípio internacional dos direitos humanos". 

Com a campanha "Stand we the six" (Apoie os seis) meios de comunicação palestinos e israelenses se solidarizaram com as ONGs palestinas. "Este regime [de Israel] considera a repressão violenta uma ferramenta legítima para controlar os palestinos, mas define a atividade civil não-violenta como terrorismo", declaram em comunicado.

As organizações palestinas também tiveram apoio de representantes da Missão Europeia e outros países, entre eles de Bélgica, Chile, Dinamarca, Finlândia, França, Irlanda, Itália, México, Holanda, Noruega, Polônia, Espanha, Suécia e Reino Unido. 

A Igreja Episcopal de Ramallah publicou uma declaração em solidariedade e exigindo uma investigação completa do caso. 

A relatora especial das Nações Unidas para a Palestina, Francisca Albanese, também condenou a ação de Tel Aviv. "Minha total solidariedade às ONGs palestinas que acabam de ter seus escritórios invadidos pelas forças israelenses. Esta nova ação ilegal é prova de seu excelente trabalho pela justiça e direitos humanos palestinos, e o pânico moral que estão causando ao ocupante", publicou.

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