Sexta-feira, 18 de abril de 2025
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No programa 20 MINUTOS ANÁLISE, transmitido nesta quarta-feira (19/03) pelo canal de Opera Mundi no Youtube, Breno Altman analisou o cenário na Faixa de Gaza após Israel reiniciar os bombardeios contra o enclave palestino, nesta terça-feira (18/03), violando a trégua que havia sido instaurada em 19 de janeiro passado.

Em sua introdução ao tema, o jornalista indagou “por que Israel decidiu violar unilateralmente o acordo de cessar-fogo?”.

“Antes de mais nada, é bom que se lembre: Netanyahu jamais quis efetivamente deter o genocídio (em Gaza), foi obrigado a assinar o acordo pelas dificuldades militares, a divisão na sociedade israelense acerca dos reféns e à pressão internacional”, afirmou o fundador de Opera Mundi.

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Altman também lembra que “há fortes evidências de que o próprio presidente dos Estados Unidos (Donald Trump), que agora chancela o genocídio, exigiu que a carnificina fosse interrompida antes de sua posse, em 20 de janeiro, para marcar pontos junto à opinião pública norte-americana”.

Segunda fase do acordo

Em seguida, Altman recordou os termos do acordo de cessar-fogo iniciado em janeiro, enfatizando os termos previstos para a segunda fase do acordo, na qual o grupo de resistência palestino Hamas aceitaria libertar todos os reféns israelenses que ainda estão sob sua custódia, desde que, em troca Israel retirasse a totalidade das suas tropas da região da Faixa de Gaza, além de libertar um número proporcional de prisioneiros palestinos.

“Apesar de Israel ter concordado com este acordo, apesar de Israel ter assinado este acordo, que foi mediado por Catar, Egito e Estados Unidos, rasgou o combinado em fevereiro, exigindo que todos os reféns (israelenses) fossem libertados sem que Israel desocupasse a Faixa de Gaza, sem um fim efetivo da guerra genocidária proclamada pelo governo israelense”, acrescentou o jornalista

O fundador de Opera Mundi também argumentou que Netanyahu promoveu, “já em fevereiro”, a tese do prolongamento da primeira etapa do acordo de cessar-fogo, que deveria ser encerrada no último dia de fevereiro, como forma de justificar a manutenção das tropas israelenses no território e, ao mesmo tempo, pressionar o Hamas para que cumprisse sua exigência de libertar a totalidade dos reféns sem uma contrapartida por parte de Tel Aviv.

“No dia 2 de fevereiro, durante visita de Netanyahu a Washington, propôs o deslocamento forçado dos palestinos da Faixa de Gaza para outros países, passando o controle do enclave para os Estados Unidos, que construiriam, no local, na Faixa de Gaza, um resort de luxo”, recordou Altman.