Genocídio de Israel é a mais brutal política para eliminar autonomia palestina, avalia Breno Altman
Para jornalista, massacre que já matou mais de 50 mil em Gaza não se trata 'apenas de questão territorial, mas também de composição populacional' que visa interesses políticos e imperialistas
No programa 20 MINUTOS ANÁLISE, veiculado nesta terça-feira (25/03) pelo canal de Opera Mundi no Youtube, Breno Altman explicou que o plano de Israel, que tem retomado seus ataques na Faixa de Gaza após, na semana anterior, violar acordo de cessar-fogo, é eliminar a possibilidade da criação de um Estado palestino.
Em sua exposição, o jornalista e fundador de Opera Mundi afirmou que o sionismo tem como objetivo a reconstrução da chamada “Grande Israel”, um conceito que abrange territórios desde o Rio Eufrates, no Iraque, até o Rio Nilo, no Egito, incluindo Palestina, Líbano, Jordânia, Síria e partes de outros países.
Ao indicar que, atualmente, há 750 mil colonos israelenses nos territórios palestinos, incluindo em Jerusalém Oriental e em mais de 230 assentamentos, Altman explicou que os colonos judeus são protegidos pelo Exército de Israel, ou seja, financiados pelo governo do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu, sendo o papel destes “impedir a continuidade territorial” da Palestina.
O jornalista também mencionou estratégias usadas por Israel para consolidar o seu projeto colonial, como incentivar a colonização e sabotar os Acordos de Oslo, em 1993, que previam uma autonomia, ainda que limitada, para palestinos na Cisjordânia e na Faixa de Gaza.
“Contra essa estratégia colonial, marcada por sangue e opressão, é que se levantou o Hamas em 7 de outubro de 2023, dando origem a uma nova onda de rebelião contra o colonialismo sionista”, disse Altman. “A resposta genocida do governo Netanyahu foi a face mais brutal e visível de uma política cuja maior ambição é colocar abaixo qualquer concessão a independência ou a autonomia do povo palestino, deslanchando uma nova etapa de limpeza étnica que permita a Israel ter o controle total do território da Palestina histórica, da Palestina de 1947, quando foi feita a partilha.”

Primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu
A política de Netanyahu também busca reduzir a população palestina para garantir domínio demográfico, segundo o fundador de Opera Mundi, “esmagando a solução de dois Estados e eliminando a maior quantidade possível de palestinos através da expulsão ou do genocídio”. Além da questão territorial, o jornalista avaliou que o massacre em Gaza pretende alterar a composição populacional, que se configura na proporção de “um judeu para um palestino” nos critérios atuais.
“Se o projeto de Netanyahu for vitorioso, mais cedo ou mais tarde, os palestinos terão que ser integrados ao Estado de Israel, ainda que como cidadãos de segunda classe […] É absolutamente indispensável que esta proporção seja fortemente alterada para que quando os palestinos integrados ao Estado de Israel venham a receber, por exemplo, o direito de votar, não coloquem abaixo o Estado. Para criar essa garantia ao sionismo, é necessário que essa proporção, um judeu para um palestino, seja alterada no mínimo para quatro judeus a cada três palestinos”, explicou Altman.
Além do território palestino e o Oriente Médio ser estratégico no ponto de vista econômico por deter 60% das reservas mundiais de petróleo, na análise do fundador de Opera Mundi, o controle da área também se consolida essencial para os interesses imperialistas ocidentais, em especial dos Estados Unidos, principal aliado do regime sionista e financiador do genocídio. Enquanto isso, Israel aprofunda um regime fascista para assegurar o extremismo de direita no Estado.
“O genocídio do povo palestino elevado à máxima potência também é um instrumento para manter de pé a coalizão de direita do governo de Israel sob o comando de Benjamin Netanyahu, permitindo ao regime sionista adotar um formato de inspiração fascista necessário para suas guerras expansionistas e para o controle das divisões internas da sociedade israelense”, explicou Altman.
Veja a análise completa de Breno Altman:
