Combinando questões gerais e outras bastante pessoais, Opera Mundi traz o especial A Pandemia no Mundo. O objetivo é verificar o impacto da covid-19 em diferentes países. Trata-se de uma enquete: as mesmas 27 perguntas são repetidas para moradores deles, de modo que as respostas possam ser acompanhadas e comparadas.

Quando a pandemia começou, dizia-se muito que o coronavírus era “democrático”, atacando igualmente pobres e ricos, brancos, asiáticos e negros, homens e mulheres.

O que a realidade mostrou é que os pobres são mais vítimas da covid-19, como a condução das políticas de saúde por governos de todo o mundo resultou em radicais diferenças no número de contaminados e de mortos.

Quem responde as perguntas hoje é a analista programadora Daniela Andrade, de Montreal (Canadá).

1. Descreva o grau máximo de isolamento social praticado onde você está. 

Todos tinham que ficar em casa e sair apenas para atividades essenciais: comprar comida nos supermercados, ir à farmácia, às lojas de bebida alcoólica e maconha.

2. Quando começou sua quarentena? 

Assim que ela foi imposta no Québec, província do Canadá onde moro, ou seja, 12 de março.

3. Quem está com você? 

Meu marido.

4. É fácil conviver assim? 

Não, pois a gente perde a liberdade de ir e vir e fazer tudo que fazíamos antes.

5. Quando você sai de casa? 

Para ir ao supermercado, à farmácia, ao médico. E o governo tem relaxado as medidas, as pessoas podem fazer uma pequena caminhada, desde que respeitando o distanciamento social de 2 metros.

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6. Teve ou conhece alguém no país em que está que teve covid-19? 

Sei que há muitas pessoas com covid no Canadá, mas nenhuma é do meu contato direto.

7. Como viu a ação do governo do país em que está em relação ao coronavírus? 

Eu vejo como adequada, acredito que souberam agir no momento certo e tomaram as medidas necessárias, sobretudo em relação à economia com a Ajuda de Urgência à População, ou seja, 2 mil dólares por mês (cerca de R$ 7.300) para as pessoas que foram afetadas pela perda de emprego em função da covid-19.

8. Ela mudou muito com o tempo? 

Até o momento vejo que tem se mantido, há planos para o desconfinamento gradual.

9. Você está neste país por que motivo? 

Por conta da violência que sofria no Brasil.

10. Acompanhou a situação brasileira? 

Sim.

11. A embaixada brasileira se comunicou com você ou com pessoas que você conheça? 

Acabaram hoje [5 de junho] de anunciar voos de repatriação para brasileiros que estavam sem poder voltar por conta do fechamento das fronteiras, mas vi vários brasileiros no Canadá dizendo que foram abandonados pelos serviços consulares brasileiros.

12. O governo brasileiro ofereceu algum tipo de ajuda? 

Hoje ofereceram voo de repatriação para alguns brasileiros.

13. Como você acompanha as notícias do Brasil? 

Por sites e blogs.

14. Gostaria de voltar ao Brasil? Por quê? 

Não tenho pretensão de voltar mais ao Brasil que não seja a passeio.

15. Sua vida profissional mudou durante a pandemia? Como? 

Sim, passei a trabalhar exclusivamente home office.

16. Sua vida afetiva (inclusive sexual, se quiser tratar disso) mudou durante a pandemia? Como? 

Até o momento mantivemos o mesmo relacionamento.

17. Você engordou, emagreceu ou manteve o peso? 

Emagreci 5 kg.

18. Você bebe mais ou menos durante a pandemia? 

Não bebia nem antes da pandemia.

19. O que tem feito para ocupar o tempo durante a quarentena? 

Lendo livros, vendo filmes, fazendo exercícios do meu curso.

20. Desenvolveu, voltou a praticar ou abandonou algum hobby durante a pandemia? 

Sim, jogos online.

21. Desenvolveu, voltou a praticar ou abandonou algum vício durante a pandemia? 

Sim, jogos online.

22. Tem realizado atividades para cuidar da saúde mental durante a pandemia? 

Às vezes, me distancio do noticiário, que parece que é quase repleto de tragédias.

23. A pandemia fez com que você mudasse seu posicionamento político? 

Não, mantenho o mesmo posicionamento.

24. Se pudesse dar um conselho a você mesmo antes de entrar em quarentena, qual seria? 

Aproveite a sua vida o máximo que você puder, pois todo dia pode ser o seu último dia.

25. Você tem lido mais ou menos notícias durante a pandemia? Como é sua relação com o noticiário? 

Mais notícias, e tenho ficado mais aflita.

26. Como está a questão do abastecimento de insumos no país em que você está? 

Por enquanto não houve nenhuma mudança.

27. Como está o relacionamento com sua família? Melhorou? Piorou?

Continuou a mesma coisa.