De fato, nunca ocorreu nenhuma virada no segundo turno na eleição para presidente, mas, nas disputas para governador, foi registrado mudança no resultado ainda mais significativa do que poderia acontecer entre Bolsonaro e Haddad.
Desde 1990, com a introdução do segundo turno, houve 29 viradas no segundo turno em eleições para governador: 1990 (5), 1994 (6), 1998 (5), 2002 (3), 2006 (3), 2010 (2) e 2014 (5).
Entre as viradas mais surpreendentes está a de Minas Gerais, em 1994. Naquela ocasião, Hélio Costa (PP) liderou o primeiro turno com 48,30%, contra 27,20% de Eduardo Azeredo (PSDB). No segundo turno, o tucano acabou eleito com 58,65% dos votos válidos.
A virada em favor de Azeredo é até maior do que poderíamos ter para presidente neste ano. No primeiro turno. Jair Bolsonaro (PSL) liderou com 46,03% dos votos válidos, contra 29,28% de Fernando Haddad (PT).
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Outra virada que parecia impossível aconteceu no Maranhão em 1990. No primeiro turno, João Castelo (PRN) obteve 45,75% dos votos, contra 35,31% de Edison Lobão (PFL). No segundo, Lobão se elegeu com 53,92%.
O Maranhão também teve outra virada parecida em 2006. No primeiro turno, Roseana Sarney (PFL) liderou com 47,21%, contra 34,36% de Jackson Lago (PDT). No segundo, Lago foi eleito com 51,82%.
Estado com maior número de eleitores, São Paulo também teve virada que pouco se acreditava. Em 1990, Paulo Maluf (PDS) ficou em primeiro no turno inicial, com 43,50%, contra 28,17% de Fleury (PMDB). No segundo, Fleury se elegeu com 51,77%.
Outro exemplo parecido com o atual quadro da eleição presidencial deste ano aconteceu em 1994 em Santa Catarina. Na época, Ângela Amin (PPR) liderou o primeiro turno com 45,86%, contra 34% de Paulo Afonso Vieira (PMDB). No segundo, Vieira ganhou com 50,80%.