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Análise

Quem ganhou a Segunda Guerra Mundial?

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Fim do maior embate militar da história completa 75 anos

Breno Altman

São Paulo (Brasil)
2020-05-08T20:55:00.000Z

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Às 23h45 do dia 8 de maio de 1945, em Karlshorst, subúrbio de Berlim, o marechal de campo Wilhem Keitel assinava a capitulação incondicional das tropas alemãs, rendendo-se aos comandos militares das forças aliadas. Findava-se, depois de quase seis anos, o maior embate militar da história.

O protagonismo do Exército Vermelho levaria à consolidação da União Soviética e à criação de um campo socialista na Europa, além de impulsionar formidável movimento de descolonização e libertação nacional na África e na Ásia.

Era o início da Guerra Fria, com a contraposição de dois sistemas antagônicos. Esse conflito também se refletiria na historiografia sobre a Segunda Guerra Mundial. Para o bloco comandado pelos Estados Unidos, era decisivo apagar, diminuir ou confundir o papel soviético na campanha contra Hitler, mesmo contra fatos notórios.

Quando as tropas anglo-americanas abriram a segunda frente, ao Ocidente, com o desembarque na Normandia, em junho de 1944, a sorte do nazismo já estava selada. Os soldados da URSS marchavam impetuosamente rumo a Berlim, após a vitória na Batalha de Stalingrado, no início de 1943, com o comprometimento irreversível dos exércitos alemães.

Os movimentos decorrentes da Operação Overlord provavelmente apressaram a rendição alemã. A derrocada do "Reich" hitlerista, no entanto, configurava-se inevitável mais de um ano antes do Dia D.

Os custos humanos também são reveladores. Ao redor de 25 milhões de vidas soviéticas foram ceifadas, contra um milhão na soma de britânicos e norte-americanos. Esses óbitos registram o esforço de guerra que coube às nações envolvidas.

Outra prova da relevância periférica dos países capitalistas na guerra europeia foi lançada pelas bombas atômicas sobre Nagasaki e Hiroshima, no Japão, em agosto de 1945. Os Estados Unidos recorreram ao assassinato em massa para precipitar a rendição nipônica, antes que a União Soviética, liberada em sua frente ocidental, ganhasse mais influência sobre a Ásia, onde os partidos comunistas da China, do Vietnã e da Coreia avançavam em marcha batida.

Frente às dificuldades de uma narrativa pró-Ocidente em termos militares, uma das opções tem sido o revisionismo histórico. Exemplo dessa conduta está na atribuição da guerra ao Pacto Molotov-Ribbentrop, firmado pelos chanceleres da URSS e da Alemanha, em agosto de 1939, dias antes de a Polônia ser invadida. Essa versão, aliás, foi recentemente aprovada pelo Parlamento Europeu.

Omite-se que tal acordo foi uma resposta ao chamado Pacto de Munique, assinado em 1938, pelo qual Inglaterra e França aceitaram ceder parte da Tchecoslováquia a Hitler, recusando a oferta de Stalin para uma aliança contra o nazismo e sinalizando que lavariam as mãos se a Alemanha dirigisse seu poderio militar contra a União Soviética.

O chefe bolchevique, em arriscada manobra diplomática, tratou de fazer concessões aos nazistas para que antes atacassem os demais Estados capitalistas, adiando por quase dois anos o inevitável enfrentamento contra as tropas hitleristas, que invadiriam seu país em junho de 1941, quando a primeira nação socialista estava bem mais preparada. A União Soviética, em Munique, tinha sido marcada para morrer, debaixo do tácito compromisso entre o nazismo e as democracias liberais. Sobreviveu a essa armadilha para liderar o triunfo sobre Hitler, impedindo que o mundo caísse sob o domínio do imperialismo alemão.

Quando a humanidade comemora, a cada 8 de maio, a vitória da liberdade, nada mais justo que recordar como essa saga foi possível.

Breno Altman Jornalista e fundador do site Opera Mundi. Este texto foi publicado nesta sexta-feira (08.mai) na Folha de S.Paulo.

História

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Política e Economia

Palestinos criticam relatório inconclusivo dos EUA sobre a morte de jornalista na Cisjordânia

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Para especialistas norte-americanos, tiro contra Abu Akleh provavelmente veio do lado israelense, mas não existe razão para acreditar que a morte tenha sido intencional

Redação

RFI RFI

Paris (França)
2022-07-05T12:32:16.000Z

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Palestinos regiram nesta terça-feira (05/07) à publicação, pelos Estados Unidos, de um relatório sobre a morte da jornalista Shireen Abu Akleh, morta em 11 de maio durante uma operação militar israelense na Cisjordânia ocupada. 

De acordo com a análise dos especialistas norte-americanos, o tiro provavelmente veio do lado israelense, mas não existe razão para acreditar que a morte tenha sido intencional. Em entrevista à RFI, sobrinha da jornalista diz que relatório é uma ofensa à memória de Shireen.

Na segunda-feira (04/07), os Estados Unidos concluíram que a jornalista palestina-americana Shireen Abu Akleh foi "provavelmente" morta por tiros de uma posição israelense, enquanto cobria ataques do exército na cidade de Jenin, na Cisjordânia ocupada. Porém, o relatório aponta não haver motivos para se acreditar que a morte da repórter tenha sido intencional.

"O Departamento de Estado norte-americano afirmou, em um comunicado, que não era possível chegar a conclusões definitivas porque, de acordo com os investigadores, a bala que matou a jornalista da Al Jazeera estava muito danificada.

Israel, que analisou o projétil juntamente com os norte-americanos, contrariamente à vontade dos palestinos, continua a afirmar que é impossível conhecer a origem do tiro. Shireen Abu Akleh foi morta com uma bala de calibre 5,56 mm disparada por um rifle semiautomático Ruger Mini 14. O ministro da Defesa israelense, Benny Gantz, disse que os primeiros responsáveis “são os terroristas que operam no meio da população”.

Tanto a Autoridade Palestina quanto a Al Jazeera e o Catar, país que financia a emissora, imediatamente acusaram o exército israelense de terem matado a repórter. Ela cobria uma operação militar em um campo de refugiados no território palestino ocupado por Israel desde 1967. Quando foi atingida, ela usava um colete à prova de balas onde estava escrito "imprensa" e um capacete. 

Wikimedia Commons
Abu Akleh morreu em 11 de maio durante uma operação militar israelense na Cisjordânia ocupada

O anúncio da morte causou comoção entre palestinos e no mundo árabe, mas também na Europa e nos Estados Unidos. Vários protestos foram registrados nos territórios palestinos e uma rua de Ramallah foi rebatizada com o nome de Abu Akleh. 

Palestinos não aceitam versão norte-americana

Para os palestinos, os resultados das análises norte-americanas não convencem. Em sua conta no Twitter, Hussein Al Sheikh, Secretário geral da organização pela libertação da Palestina, disse que não aceitaria tentativas de esconder a verdade e que não tinha medo de acusar Israel.

Parentes de Shireen disseram que os resultados são uma ofensa à memória da jornalista. Em entrevista à RFI, Lina Abu Akleh, sobrinha de Shireen, disse que a família “deve recorrer a Tribunais internacionais." Segundo ela, de acordo com a procuradoria palestina, em um comunicado, a jornalista foi intencionalmente alvo do Exército israelense.

“Não houve transparência nesse processo de análise. Nós nem fomos informados dessa investigação antes. Pior, ficamos sabendo pela mídia. E também soubemos pela imprensa que não haveria especialistas israelenses presentes. No entanto, verificamos mais tarde que não era o caso", afirmou. "Esperávamos, pelo menos, que os resultados fossem apresentados de forma detalhada”, completa, reafirmando que a investigação “carece de transparência”.

Para Lina Abu Akleh, “o apoio demonstrado a Israel é uma verdadeira decepção. O comunicado diz que o tiro foi acidental. Não entendo como isso é possível, pois não havia ativistas, apenas jornalistas claramente identificados como tal. E é importante notar que a bala não é a única evidência”, lamenta.

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