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Análise

O projeto 'fazendão' cabe em uma democracia?

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Problema deles é encontrar algum simulacro de democracia que garanta a continuidade desse projeto; o nosso é garantir que as eleições ocorram

Carlos Ferreira Martins

São Carlos (Brasil)
2021-08-08T14:30:00.000Z

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A crônica política brasileira, com os sazonalmente indignados editoriais de Folhas, Estadões e Globos, é uma espécie de teatro de sombras chinês: serve para fascinar as crianças enquanto esconde a habilidade de quem movimenta os palitos. 

Jair Bolsonaro gostaria de “dar um golpe” para perpetuar sua família e seus apaniguados, civis e militares, no aparato de Estado até, eventualmente, se livrar dos 30 mil esquerdistas que a gloriosa de 64 deixou vivos? Difícil achar quem pense que não. 

Essa é a melhor alternativa de que dispõem aqueles que, mesmo não compondo a "familícia" ou o rol imediato de apaniguados, trabalharam ativamente, nos bastidores ou nem tanto, pela sua eleição? Difícil achar quem pense que sim.

E qual é, então, a alternativa melhor que o genocida racista e homofóbico? É aqui que vale lembrar a sabedoria do companheiro do Zorro, que de tonto só tinha o nome: melhor para quem, cara-pálida? 

Enquanto as pesquisas de opinião não forem proibidas, a resposta, considerada a prudência do representante dos povos originários, é: para a maioria dos eleitores a melhor alternativa é aquela em que já queria ter votado em 2018. 

Mas ao contrário dos patrões dos indignados sazonais, a maioria dos eleitores não manda no país. Não tem maioria no Congresso, não chega aos extratos superiores das Forças Armadas nem da magistratura. E para tristeza daqueles que, fazendo parte dessa maioria, chegaram a acreditar em Bolsonaro, não tem salário nem para alimentar sua família, nem para comprar uma arma de vários salários mínimos.

Marcos Corrêa/PR
Indignados sazonais buscam alternativa que possa ser chamada de democrática para negar o pressuposto básico da democracia

Por isso os indignados sazonais continuam buscando uma alternativa que possa ser chamada de democrática para, mais uma vez, negar o pressuposto básico da democracia: a entrega do poder ao escolhido pela maioria.

Terceiras, quartas ou quintas vias; semipresidencialismo ou outro tipo de parlamentarismo envergonhado; distritões montados com a grana do “orçamento paralelo”; ameaças seguidas de desmentidos, seguidos de ameaças das Forças Armadas, tudo vale, exceto dizer com clareza que haverá eleições, que elas serão livres, seguirão as regras do jogo e o resultado será respeitado. 

Tudo vale pela simples e boa razão de que o projeto do pessoal da grana alta, aqueles que tem nos limpinhos da imprensa seus sócios e operadores do teatrinho de sombras, já assumiu há tempos que o antigo país chamado Brasil lhes dá mais lucro convertido em um fazendão exportador de soja, minério e madeira ilegal. Em que se vendam mais SUVs que carros populares. Em que mais da metade da população passe fome, esporádica ou sistêmica. Em que os velhos sejam tratados como peso morto e os jovens aceitem que só haverá futuro para os poucos que “merecerem”. 

O problema deles é encontrar algum simulacro de democracia que garanta a continuidade desse projeto. O nosso é garantir que as eleições ocorram, que sejam livres e que o eleito seja empossado e lhe seja permitido governar. 

(*) Carlos Ferreira Martins é professor titular do Instituto de Arquitetura e Urbanismo da USP São Carlos.

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Política e Economia

Joe Biden assina documentos para a entrada de Finlândia e Suécia na Otan

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Ingresso dos dois países na Organização do Tratado do Atlântico Norte só será oficializado após consenso dos 30 membros

Michele de Mello

Brasil de Fato Brasil de Fato

São Paulo (Brasil)
2022-08-10T17:00:00.000Z

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O presidente do Estados Unidos, Joe Biden, assinou, nesta terça-feira (09/08), o protocolo que autoriza a entrada da Suécia e da Finlândia na Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), na maior expansão da aliança militar desde os anos 1990. "Junto com nossos aliados daremos forma ao futuro que queremos ver", declarou o chefe da Casa Branca. 

Os governos sueco e finlandês formalizaram seu pedido de ingresso na aliança militar três meses após o início da guerra na Ucrânia, em maio deste ano. Em julho, os protocolos de adesão foram assinados pelos chanceleres dos dois países europeus e o secretário-geral da Otan, Jens Stoltenberg, na sede da aliança militar em Bruxelas.

Biden disse que a Rússia esperava enfraquecer a Otan, mas o que conseguiu foi o ingresso da Finlândia. "Este passo tornará a Europa e o mundo lugares mais seguros", declarou Biden nesta terça (09/08).

Em junho, o presidente russo, Vladimir Putin, havia declarado que a Rússia responderia de maneira proporcional se a infraestrutura militar da Otan fosse implantada na Suécia e na Finlândia, país que faz fronteira com o território russo. Ao mesmo tempo, o Kremlin reiterou diversas vezes que os dois países nórdicos não representam uma ameaça.

A Otan foi criada em abril de 1949, num contexto de Guerra Fria, sob pretexto de defender o mundo ocidental. Agora a aliança possui 30 países membros e bases militares em todos os continentes do mundo. 

Twitter/President Biden
Biden disse que a Rússia esperava enfraquecer a Otan, mas o que conseguiu foi o ingresso da Finlândia

Na sua 31ª Cúpula, em 2021, a Otan dobrou a previsão orçamentária com uma parcela por membro de US$ 2 bilhões (cerca de mais de R$ 10 bi) para os próximos dez anos. Além disso, a nova estratégia militar do bloco considera a China e a Rússia como "ameaças à segurança global".

Segundo o regulamento interno da Organização, para que seja formalizado o ingresso da Suécia e da Finlândia é necessária a aprovação em consenso de todos os 30 membros. Com a decisão de Washington, falta ainda o apoio de sete nações, entre elas Grécia, Portugal, Eslováquia, República Tcheca e Turquia - único país que havia apresentado alguma resistência até o momento. 

Após realizar ressalvas, o presidente turco, Recep Tayip Erdogan, declarou, durante a última Cúpula da Otan, celebrada em Madri, em junho, que iria referendar a entrada dos novos membros. Para mudar de opinião, o governo turco exigiu o apoio da aliança militar contra as milícias kurdas, consideradas como grupos "terroristas" por Ankara. 

Em 2021, cerca de 2,2% do PIB global foi direcionado ao setor militar - um aumento de 6,1% em relação a 2020 e de 0,7% em termos reais, considerando a variação da inflação no mesmo período. Pela primeira vez na história, o gasto militar global ultrapassou US$ 2 trilhões (mais de R$ 10 tri), segundo levantamento do Instituto Estocolmo para a Paz Mundial (SIPRI). O valor destinado ao setor de defesa é quase dez vezes superior à meta de arrecadação estabelecida pela Organização Mundial da Saúde (OMS) para combater a emergência sanitária global.

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