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Análise

Os refugiados e o camarão

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É preciso se atentar ao significado das operações psicológicas da guerra permanente contra a população brasileira

Carlos Ferreira Martins

São Carlos (Brasil)
2022-01-09T18:20:00.000Z

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Quando o capitão presidente respondeu ao #bolsonarovagabundo, dizendo que não estava em férias, ele disse a verdade.  

Por mais que a parcela da sociedade brasileira – minoritária, é bom lembrar – em que eu e boa parte dos eventuais leitores nos enquadramos relute em acreditar que desse personagem possa sair de vez em quando uma informação verdadeira, vale a pena refletir sobre a confissão de que ele estava trabalhando.

E quem negará que o fez de uma maneira extremamente eficaz e proveitosa? Para os interesses dele e de sua familícia, responderão mentalmente alguns.   Evidente! E o que se esperava a esta altura dos acontecimentos? A quem e a quê serve continuar repetindo que se trata de alguém despreparado para o cargo, ou insensível, ou descolado dos interesses do Brasil?

Parêntesis pessoal: depois de muitos meses de isolamento vim alguns dias à capital e fiquei chocado com a proliferação de campos de refugiados em que se transformaram os canteiros de avenidas, os baixos de viadutos e as praças centrais da cidade.

Com a diferença, não irrelevante, de que não vi nenhuma barraca com a cruz vermelha (será por isso?), dos médicos sem fronteiras ou de qualquer ONG internacional.

E o que são essas mais de 70 mil pessoas, velhos e crianças, mulheres e homens, pretos e até brancos, que nosso prurido linguístico qualifica como “em situação de rua”, senão a ponta visível de um enorme iceberg de refugiados no que apenas por liberdade poética se pode chamar de sua própria terra?

Talvez em lugar de insistir nos setores das Nações Unidas para os direitos humanos, de enviar a enésima representação ao Tribunal Internacional de Haia ou de continuar discutindo se tecnicamente pode-se falar em genocídio, os humanistas brasileiros devessem acionar diretamente o Alto Comissariado da ONU para os Refugiados.

Isac Nóbrega/PR
A quem e a quê serve continuar repetindo que se trata de alguém despreparado para o cargo ou descolado dos interesses do Brasil?

Fecho parêntesis. 

Não é necessária, embora certamente seja recomendável, estar atento ao que significam as operações psicológicas, psy ops, nova forma (potencializada pela internet) da guerra permanente contra a população para compreender como funciona competente ação diversionista executada pelo capitão e por sua qualificada entourage.

Qualificada sim. Porque é ridículo continuar se satisfazendo com memes de pretensa superioridade sobre quem, afinal de contas, está ganhando o jogo por um ainda mais doloroso 7X1.

Agregue-se aos refugiados a população do sul da Bahia e agora também de boa parte de Minas Gerais. Agregue-se aos refugiados os 13 milhões de desempregados formais, os outros tantos de jovens nem-nem (nem estudam nem tem trabalho) e os 60 ou 70 milhões de brasileiros que hesitamos em afirmar que tem fome.

Enquanto o Congresso Nacional segue aprovando a toque de caixa toda a boiada das “reformas” nós nos divertimos reproduzindo cada mísero post estrategicamente liberado pela equipe do capitão e sua assessoria internacional (Steve Bannon, lembram?) e, suprema criatividade, aderimos à campanha do camarão.

Não vi, em meus passeios de vidros fechados por São Paulo, nenhum cartaz de “insegurança alimentar”. Mas vi muitos com a mensagem direta – Fome – e um que me obrigou a refletir: pedia ajuda para poder comprar uma carroça para recolher reciclado.

Lembrei muito da USP, ali, a uma janela de automóvel de distância dessa   magnífica expressão do empreendedorismo à brasileira.

Vamos parar de cair na armadilha da porra do camarão! De contar quantos dias faltam para o Lula assumir. E de transformar contra-almirante em herói.  
Ou 7x1 ainda foi pouco?

(*) Carlos Ferreira Martins ´é professor titular do IAU USP São Carlos.

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Política e Economia

Para chegar a acordo nuclear, Irã exige novas concessões dos Estados Unidos

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Governo iraniano quer garantias de que Washington não sairia novamente, como fez em maio de 2018, do acordo nuclear firmado em 2015

Redação

RFI RFI

Paris (França)
2022-08-16T12:33:00.000Z

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O Irã enviou na noite desta segunda-feira (15/08) sua resposta sobre a questão nuclear ao chefe da diplomacia europeia, Josep Borell, em que estabelece suas condições. A decisão acontece quando a União Europeia afirma que este seria um “texto final”, a ser adotado ou abandonado em definitivo.

A resposta de Teerã, enviada antes da meia-noite, exige mais concessões dos Estados Unidos. “O Irã expressou preocupação com diversos pontos pendentes. Essas não são questões que os ocidentais não possam resolver. Estamos mais próximos de um acordo, mas até que esses problemas sejam resolvidos, o trabalho não será concluído”, afirmou à RFI Seyed Mohammad Marandi, assessor da equipe de negociação iraniana.

Até então, o chefe da diplomacia iraniana, Hossein Amir Abdollahian, havia especificado que os norte-americanos haviam demonstrado “oralmente” flexibilidade em duas das três questões pendentes, mas que o Irã queria garantias de que Washington não sairia novamente - como fez em maio de 2018 - do acordo nuclear firmado em julho de 2015.

Isso significa que nada é definitivo ainda. Especialmente desde que o porta-voz do Departamento de Estado norte-americano, Ned Price, reagiu dizendo que Teerã deveria abandonar suas exigências "supérfluas".

Wikimedia Commons
Resposta de Teerã exige mais concessões dos norte-americanos

A União Europeia, por sua vez, "estuda" a resposta do Irã ao "texto final" elaborado pelo bloco para salvar o acordo de 2015 sobre a questão nuclear iraniana "em consulta com seus parceiros", anunciou nesta terça-feira (16/08) uma porta-voz da Comissão Europeia.

Posição de vantagem

Com a guerra na Ucrânia, a crise energética às vésperas do inverno no hemisfério norte e com os avanços consideráveis em seu programa nuclear, Teerã acredita estar em posição de vantagem e quer obter o máximo de concessões dos Estados Unidos e dos países europeus antes de qualquer acordo.

Após meses de impasse, as discussões foram retomadas em 4 de agosto na capital austríaca para mais uma tentativa de salvar, sob a égide da UE, o acordo internacional concluído em 2015 entre Irã, Estados Unidos, Grã-Bretanha, China, França, Alemanha e Rússia.

Em 26 de julho, o chefe da diplomacia europeia e coordenador do acordo nuclear iraniano, Josep Borrell, apresentou um projeto de compromisso e incentivou as partes envolvidas nas negociações a aceitá-lo para evitar uma “perigosa crise”.

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