O desemprego na América Latina alcançará 9,5% em 2009, afirmou o presidente do BID (Banco Interamericano de Desenvolvimento), Luis Alberto Moreno, em uma entrevista publicada domingo (23) no diário colombiano El Tiempo.
Moreno disse que, apesar do elevado índice, a região está em uma posição melhor que Estados Unidos e certos países europeus, como a Espanha. “O problema é que, como existem poucos sistemas que amorteçam o impacto do desemprego, isso afeta os índices de pobreza, que haviam sofrido uma forte redução”, destacou.
Segundo o presidente do BID, o mais importante é que “os mercados internacionais de crédito não se fecharam para a América Latina, as taxas de juros subiram um pouco, mas muito menos que no leste europeu; e a liquidez se manteve com o apoio de instituições como o BID”. Além disso, Moreno destacou que os sistemas financeiros locais não tiveram problemas tão graves como os que encontraram as principais entidades de Estados Unidos e Europa.
Para ele, outro fator importante para a recuperação da região foi o aumento dos preços das matérias primas a partir de março, em grande parte graças à recuperação asiática. “Por outro lado, é importante mencionar os planos de estímulo, que incluíram um maior gasto público, incentivos à demanda e cortes nas taxas de juros”, afirmou.
Pontos negativos
Sobre os fatores que golpearam a economia da região nos últimos meses, Moreno citou a queda nas exportações, a redução do volume de remessas – que o BID estimou em 11% –, as dificuldades enfrentadas no setor de turismo e a diminuição do consumo interno.
Por sua parte, um estudo da Cepal (Comissão Econômica para América Latina Caribe), divulgado em julho, prevê que a economia da América Latina encolherá 1,9% em 2009 decido à crise global, sendo um prognóstico pior que o previsto pela análise anterior, que falava de uma queda de 1,7%. O organismo adiantou, contudo, que a atividade se recuperará no fim deste ano e que as economias da região se expandirão 3,1% em 2010.
Para o Brasil, a maior economia latino-americana, a Cepal projetou uma contração no PIB (Produto Interno Bruto) de 0,8% este ano e uma expansão de 3,5% em 2010.
O México, por sua vez, terá o pior desempenho da região, com uma economia que cairá 7% em 2009, mas que crescerá 2,5% no próximo ano. Enquanto isso, o organismo projetou para a Argentina um crescimento econômico de 1,5% este ano e de 3,0% em 2010.
No ano passado, o PIB da América Latina e Caribe cresceu 4,2%.
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