O governo venezuelano informou na noite de sábado (5) que vai prosseguir com a política de retirar permissões de transmissão de rádios privadas que forem ilegais de acordo com sua política de regularização da mídia. Os primeiros resultados da empreitada tiraram do ar 34 emissoras de uma lista de 240 que poderiam ser afetadas.
De acordo com o ministro de Obras Públicas da Venezuela, Diosdado Cabello, a Conatel (Comissão Nacional de Telecomunicações) estuda expedientes administrativos abertos contra emissoras privadas de rádio que não atualizaram seus dados junto ao organismo em junho.
Quando anunciou a anulação das licenças das primeiras 32 estações de rádio e duas estações de televisão, a Conatel afirmou que nesses casos os titulares das autorizações de transmissão já tinham morrido ou renunciado à sua posse. Também havia, segundo a comissão, situações em que as licenças já tinham vencido, além de outras em que os pedidos de transferência de títulos foram recusados. Isso levou “à extinção da concessão respectiva”.
Globovisión
Cabello declarou que um novo lote de emissoras já teve sua licença revisada pelo governo. Ele também ordenou a abertura de “processos administrativos sancionadores” contra a rede de TV privada Globovisión, que faz oposição ao presidente Hugo Chávez, e 29 emissoras de rádio, que poderão perder suas licenças.
A Globovisión foi acusada por Cabello de filtrar os telefonemas e colocar no ar apenas aqueles que “apelam a um golpe de Estado, à morte do presidente sem nenhum tipo de escrúpulos”. A rede de TV nega que esteja em campanha contra o mandatário venezuelano.
Essa rede de TV tem sido alvo de duras advertências e já foi diretamente ameaçada de fechamento por membros do governo que classificam a rede de “terrorista midiática”.
Desde que chegou ao poder em 1999, Chávez tem mantido tensas relações com a imprensa venezuelana, que acusa de divulgar informações falsas contra o seu governo e promover conspirações a favor dos EUA.
Marcha
Milhares de opositores e de partidários de Hugo Chávez, marcharam ontem por dois setores de Caracas, para expressar seu apoio e repúdio, respectivamente, à chamada revolução bolivariana instalada na Venezuela há uma década. A manifestação opositora “pela liberdade e pela democracia” terminou no centro da capital, em frente à sede da Procuradoria Geral, em um percurso sem incidentes.
Ao chegar à sede da Procuradoria, membros da Mesa de Unidade Democrática, integrada por 11 partidos opositores, entregaram um documento a um segurança do edifício – não havia expediente no sábado – em rejeição ao que chamaram de política de perseguição a dissidentes do governo de Chávez.
Por sua parte, milhares de seguidores de Chávez, vestidos de vermelho, a cor da revolução bolivariana, percorreram boa parte do oeste de Caracas e terminaram o protesto em frente à sede da Chancelaria, no centro da cidade, sob o lema Venezuela: zona de paz.
“Esta é uma marcha para os que lutam pela paz, esta é a marcha pela alegria (…) dos que lutam para serem donos de seu próprio destino”, disse Jorge Rodríguez, prefeito do município Libertador, na Grande Caracas, único da região que apóia o presidente.
Em uma ligação telefônica do Irã, onde está em visita oficial, Chávez felicitou seus seguidores reunidos, “por seguirem derrotando a conspiração contra a pátria”. “Estou orgulhoso dos senhores, mesmo que de longe. Que Deus os abençoe”, afirmou o líder, que iniciou, na segunda-feira, uma viagem internacional por Líbia, Argélia, Síria, Irã, Turcomenistão, Belarus e Rússia, que termina no dia 11 de setembro.
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