A Venezuela pode possuir uma das maiores reservas de gás natural do mundo. A previsão é de que o campo Perla I abrigue entre sete e oito trilhões de pés cúbicos (200 a 220 bilhões de metros cúbicos), o equivalente a mais de cinco anos de consumo em um país do tamanho da Espanha, por exemplo.
O anúncio foi feito hoje (11) pelo presidente da Venezuela, Hugo Chávez, em visita à Espanha, depois de se encontrar com o chefe do governo espanhol, José Luis Rodríguez Zapatero, e o rei Juan Carlos de Borbón. Em seguida, a informação foi confirmada pela empresa petrolífera hispano-argentina Repsol YPF, que explora o campo em parceria com a italiana ENI e a venezuelana PDVSA.
“Enquanto estávamos reunidos, chegou uma tremenda notícia (…). Repsol e PDVSA estão perfurando um bloco do Golfo da Venezuela em um projeto no qual se estimava 1,5 ou 2 trilhões de pés cúbicos de gás, mas a perfuração indica que ali existem entre sete e oito trilhões de pés cúbicos, uma quantidade muito grande”, relatou o presidente venezuelano, segundo informações da TV Telesur.
Bernardo Rodriguez/EFE
Hugo Chávez com o rei espanhol, Juan Carlos, discutindo a relação entre os países
Chávez também esteve com o presidente da Repsol YPF, Antonio Brufau, para falar sobre o assunto e disse que, no ritmo que estão as descobertas, a Venezuela se converterá “em um dos cinco gigantes do mundo em gás”.
De acordo com Chávez, o campo Perla I pode ser considerado como o maior já descoberto pela companhia Repsol, em consórcio com a ENI.
Situada em águas do oeste do país, mais precisamente no bloco Cardon IV, no qual a Repsol trabalha desde 2006, a jazida está a uma profundidade de 60 metros e poderia se estender por uma superfície de 33 quilômetros quadrados e ter uma espessura de 240 metros.
Os dados ainda esperam confirmação de trabalhos adicionais que estão sendo realizados.
A Repsol YPF é operadora de 50% do poço. Na fase de desenvolvimento, a companhia pública venezuelana Petroleos de Venezuela (PDVSA) participará com 35%, enquanto a Repsol e sua parceira italiana terão 32,5% cada uma.
Em nota, a PDVSA e o Ministério de Energia e Petróleo da Venezuela afirmaram que a descoberta foi atípica para o país, podendo ser comparada às jazidas do norte da África.
O diretor de Exploração e Produção do Ministério de Energia e Petróleo, Ángel González, disse que o novo campo terá um alto impacto na indústria petrolífera nacional e no desenvolvimento de iniciativas voltadas para a melhoria da qualidade de vida dos venezuelanos, por meio de projetos de infraestrutura, estradas, energia, entre outros.
Outros investimentos
Durante o encontro com os governantes espanhóis, Chávez destacou os investimentos das empresas da Espanha em ferrovias e também no metrô de Caracas e de Guarenas, cidade satélite da capital, além de mencionar novos convênios nas áreas de habitação e energia eólica.
“Me lembro de Canárias [arquipélago espanhol]. Me impressionou quando fui lá pela primeira vez e vi todos os moinhos que existem ali para a geração de energia eólica. A Espanha teve um grande avanço. E nós queremos trabalhar com a Espanha, não só na Venezuela, mas em outros países de América Latina, levando energia alternativa”, afirmou Chávez.
Com a visita à Espanha, Chávez encerra nesta sexta-feira a última parada de seu giro internacional por países da África, Oriente Médio, Ásia e Europa.
Google Maps
Ponto marcado com a letra A mostra o estado onde fica o poço de gás
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