O presidente Luiz Inácio Lula da Silva recusou neste domingo(27) o pedido do governo golpista de Honduras para definir em dez dias o status do presidente deposto Manuel Zelaya, que desde a segunda-feira passada está abrigado na Embaixada do país em Tegucigalpa.
O governo brasileiro não tem relações diplomáticas com os liderados por Roberto Micheletti e até agora não respondeu a nenhum pedido dos golpistas, que conseraram como “ultimato” o pedido ao Palácio do Planalto, embora na nota fornecida pela Chancelaria hondurenha não haja informação sobre o que acontecerá por Lula não atender ao prazo.
Em entrevista coletiva durante a 2ª Cúpula América do Sul-África (ASA), Lula disse que o o Brasil “não aceita ultimato de um governo golpista” e que Zelaya é “o presidente legítimo de Honduras”. O brasileiro afirmou que o hondurenho tem status de “hóspede da Embaixada” em Tegucigalpa.
“Zelaya foi expulso do poder da maneira mais vergonhosa possível”, disse Lula. “Para mim, a solução é simples: os golpistas devem sair do palácio presidencial”, afirmou Lula, acrescentando que “Zelaya deve retornar ao poder e se deve convocar eleições”.
“Se os golpistas convocarem eleições, muito poucos países reconheceriam (os resultados)”, comentou. Também ressaltou que, se “(os golpistas) entrarem à força (na embaixada do Brasil), violariam todas as normas internacionais”.
Consenso
“Poucas vezes na história houve tanto consenso na postura internacional contra o governo golpista”, disse Lula, em seu encontro com os jornalistas pouco antes de partir para Brasília, após participar da Cúpula ASA na venezuelana Isla Margarita.
Em tom de cobrança, Micheletti solicitou que o Brasil garanta que sua Embaixada não seja usada por Zelaya “para pregar a violência”. Desde que surpreendentemente retornou a Honduras, o presidente deposto é acusado de pedir à população hondurenha que pratique “atos de desobediência civil” contra os golpistas.
A nota diz também que os golpistas mostraram paciência “infinita” e responderam “moderadamente à violência nutrida” dentro da Embaixada.
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