A República da Irlanda ratificou no plebiscito realizado nesta sexta-feira o Tratado de Lisboa por uma maioria “convincente”, disse hoje (3) o ministro de Assuntos Exteriores irlandês, Michéal Martin.
Em declarações à “Radiotelevisão Irlandesa”, Martin disse estar “feliz pelo país”, que tinha rejeitado o texto comunitário na consulta de 2008.
“Parece que foi uma vitória convincente para a campanha do 'sim'. Isso é bom para a Irlanda”, acrescentou o ministro de Exteriores, com base nas primeiras contagens das urnas.
O cômputo dos votos do plebiscito começou às 5h de Brasília e o resultado final será anunciado ainda hoje em Dublin.
Em seguida, o grupo ultracatólico Coir, um dos mais proeminentes na campanha do “não”, declarou hoje que o eleitorado deste país parece ter dado seu sinal verde nas urnas à reforma da União Europeia (UE) sob os termos do Tratado.
“Parece que o resultado foi 'sim'”, reconheceu seu porta-voz, Richard Green, um conhecido ativista contra o aborto que denunciou o suposto efeito negativo que o texto comunitário terá sobre as condições e direitos dos trabalhadores irlandeses e europeus.
O Coir, junto a uma coalizão de grupos pacifistas, esquerdistas e neoliberais, sustenta que o Tratado também coloca em risco a tradicional neutralidade da Irlanda, sua independência fiscal e sua soberania sobre leis relativas ao aborto, à eutanásia ou ao divórcio.
Nesta última questão, o agrupamento ultraconservador bateu de frente durante a campanha do plebiscito com a influente Igreja Católica irlandesa, que pediu o 'sim', ao não encontrar motivos “nem éticos nem morais” para rejeitar o tratado.
O Tratado de Lisboa é uma versão moderada da Constituição, rejeitada por franceses e holandeses há três anos e que pretende dar novas diretrizes à atuação da UE, criando uma Europa mais federal e também simplificar o sistema interno de votação no bloco.
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