O porta-voz do Ministério de Assuntos Exteriores do Irã, Hassan Qashqavi, criticou hoje (5) os Estados Unidos por sua atitude condescendente em relação ao arsenal nuclear de Israel. Em entrevista coletiva, o funcionário destacou o caráter pacífico do programa atômico iraniano e disse que o atraso no funcionamento da usina nuclear de Bushehr está relacionado aos testes que são feitos para garantir a segurança da instalação.
Qashqvi aproveitou a conversa com os jornalistas para denunciar a postura “unilateral e discriminatória” dos Estados Unidos a respeito “do arsenal nuclear do regime sionista”. Segundo especialistas, Israel, não reconhecido como Estado pelo Irã, é o único país do Oriente Médio com armas nucleares, embora as autoridades israelenses não admitam.
O porta-voz iraniano disse ainda que, pelo contrário, “as atividades nucleares do Irã têm fins pacíficos” e não perseguem fins bélicos, como denuncia grande parte da comunidade internacional.
Qashqavi se apoiou nas declarações feitas ontem, em Teerã, pelo diretor-geral da Agência Internacional de Energia Atômica, Mohamad ElBaradei, que ressaltou que a citada agência não tem provas das denúncias.
“As atividades nucleares do Irã estão dentro do marco das normas do TNP (o Tratado de Não-Proliferação Nuclear) e são pacíficas e transparentes”, reiterou o funcionário iraniano.
Reação
Dúvidas sobre a natureza do programa atômico do Irã foram levantadas por países como Estados Unidos, França e Reino Unido, que exigiram que Teerã autorize a inspeção de uma nova usina de enriquecimento de urânio sob uma colina, perto da localidade de Fordu, a sudoeste de Teerã. A visita será feita dia 25 de outubro.
Seis dias antes, representantes iranianos deverão se reunir com colegas americanos, franceses e russos para discutir um projeto que permite ao Irã enriquecer urânio fora do país.
“Até o momento, alguns países aceitaram nos fornecer este combustível. Mas agora é preciso negociar um mecanismo para fornecimento próprio, preço, data e forma”, disse Qashghavi.
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