Na opinião de especialistas da área de comunicação entrevistados pelo Opera Mundi, a falta de informações e de um debate abrangente entre a população peruana deve dificultar a transição do modelo analógico de TV para o digital. O Peru elegeu o padrão nipo-brasileiro.
A advogada Miriam Larco, secretária técnica do Conselho Consultivo de Rádio e TV do Peru lembrou que antes da adoção do padrão digital, as poucas discussões estabelecidas foram muito técnicas e sem a participação do público.
“Houve testes técnicos e a criação de uma comissão multisetorial, que estudou os padrões e atuou de maneira razoavelmente transparente e responsável. Depois, a pedido do governo, outra comissão temporária fez recomendações para um ‘plano mestre’ de implementação da TV digital, porém, o projeto não foi tornado público”, explicou Larco.
Para a especialista, a realização de fóruns, como o recente Fórum Internacional do ISDB-T, representa um avanço na divulgação e promoção do modelo de TV, mas os diálogos abordaram mais aspectos de infraestrutura do que os temas da produção de conteúdo e das possíveis aplicações da TV digital na educação.
“Debate público não há, mas sim um plano de difusão. O que preocupa é o fato de os broadcasters regionais (do interior do país) estarem tão alheios à mudança, quando o novo sistema pode lhes afetar”, acrescentou.
Carlos Cárdenas, documentarista e presidente de Red TV, uma rede de 50 televisoras locais do interior do Peru, informou que foram aceitos no Fórum Peruano de TV digital pelo Ministério das Comunicações.
“Vamos participar dos benefícios da TV digital. A democratização tem que ser estendida a todos, como por exemplo, com programas na língua quechua”, disse Cárdenas, que alertou que muitas emissoras locais de TV não tem informação do processo de transição, que já começou.
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