Após um intenso período de ataques que mataram quase 200 pessoas no Paquistão, o governo autorizou o início de uma ofensiva por terra contra a insurgência
talibã na região do Waziristão do Sul, região montanhosa no noroeste do país que faz fronteira com o Afeganistão.
“O governo deu finalmente sinal verde ao Exército para que desenvolva no Waziristão do Sul uma estratégia militar certeira”, explicou hoje um porta-voz governamental, Zafar Jabab, à agência EFE.
Hoje (18), o Exército paquistanês informou que ao menos 60 extremistas
morreram no primeiro dia da ofensiva. Segundo informações das forças armadas, 17 militares também
morreram nas operações.
Segundo ele, não haverá um anúncio formal da operação por parte das autoridades políticas porque o “fator surpresa” para realizar a ação militar “é importante”. Mas fontes oficiais informam que hoje já foram registrados movimentos de tropas na região.
A decisão foi tomada em uma reunião realizada ontem na residência do primeiro-ministro paquistanês, Yousef Raza Guilani, na qual o chefe do Exército, Ashfaq Pervez Kiyani, falou da situação de segurança no país perante os líderes dos principais partidos políticos e vários ministros.
“Existiu um amplo consenso entre os participantes sobre a necessidade de atuar no Waziristão do Sul após a onda de ataques terroristas que está sofrendo o país”, acrescentou Jabab.
O comando militar está preparando desde o mês de junho a ofensiva nesta região fronteiriça com o Afeganistão. Em menos de duas semanas, uma série de atentados em diversos pontos do país tirou a vida de quase 200 pessoas e as autoridades decidiram dar um impulso à ação militar contra o principal reduto dos talibãs no Paquistão.
Diversas fontes de segurança e analistas calculam que cerca de 28 mil soldados e forças paramilitares foram mobilizados recentemente no Waziristão do Sul, onde deverão fazer frente a uma rede insurgente de pelo menos 10 mil guerrilheiros.
Por causa da iminência da ofensiva, voltou a crescer nos últimos dias o êxodo de civis rumo às regiões vizinhas de Tank e Dera Ismail Khan, disse hoje à agência EFE Ariane Rummery, porta-voz no Paquistão do Alto Comissariado da ONU para os Refugiados (Acnur).
Pelo menos 100 mil pessoas abandonaram o Waziristão do Sul nos últimos meses, segundo cálculos “moderados” oferecidos por esta fonte.
Afeganistão
No Afeganistão, os combates entre talibãs, de um lado, e tropas afegãs e internacionais, de outro, tiraram nesta sexta-feira a vida de integrantes de três soldados norte-americanos e 25 guerrilheiros.
Os talibãs morreram em uma ofensiva aérea das tropas internacionais e em uma operação militar do Exército afegão no leste e no sul do Afeganistão, informaram fontes oficiais. Um avião de combate da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) atacou um refúgio dos rebeldes no distrito de Urgon, mantando 20 deles. E na província de Helmand, no sul do país, cinco talibãs morreram e um ficou ferido em uma operação do Exército no distrito de Gereshk.
A Força Internacional de Assistência à Segurança (Isaf), comandada pela Otan, disse que dois militares dos Estados Unidos perderam a vida depois que uma bomba artesanal explodiu no leste do país. O outro soldado morto foi vítima de um ataque similar na região sul, diz o comunicado, que não especifica em que províncias ocorreram as explosões.
Só este ano, 414 soldados estrangeiros perderam a vida no Afeganistão, dos quais 247 eram norte-americanos, segundo o portal Icasualties.org.
(Atualizado às 16h)
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