O secretário-geral do Sindicato Mexicano dos Eletricistas
(SME), Martín Esparza, anunciou hoje (19) na Cidade do México, que abandonou o
diálogo com a Secretaria de Governo, aberto no último dia 16 para resolver a
crise causada pelo fechamento da empresa semiestatal LyFC (companhia elétrica
do Centro mexicano).
“As condições propostas pelo governo são inadmissíveis”, afirma
Esparza, que definiu a negociação como uma “armadilha” do executivo. Segundo o
sindicalista, ao apoiar duas empresas de televisão que desde o início estão
atacando os trabalhadores da LyFC, o governo “continua com sua campanha de
linchamento midiático contra o sindicato e os trabalhadores”.
Da parte do Executivo, o secretário da pasta, Fernando Gómez
Mont, disse que “o governo está aberto ao diálogo para oferecer novas opções
econômicas aos trabalhadores. Haverá um comunicado a respeito nas próximas
horas”. Sobre a posição do sindicato, Gómez respondeu que “eles são os dirigentes do
SME, mas os trabalhadores são muitos mais”.
Martín Esparza também anunciou uma assembleia geral de
sindicatos para o próximo sábado, com a intenção de organizar uma greve geral
em protesto.
As famílias dos funcionários da LyFC continuam organizando
manifestações por todo o país. Na noite do último sábado, na Cidade do México,
aconteceu uma marcha silenciosa (foto acima) na rua Antonio Caso, desde a sede do SME até a
sede central da LyFC. O prédio da empresa contunua ocupado pela polícia
federal, que por trás das barricadas observava milhares de pessoas caladas, expressando
sua indignação com roupas brancas e velas nas mãos.
disse Laura, funcionária e sindicalista do SME. “Meu marido ia se aposentar em poucos
anos, e agora de repente não temos nada”.
forma um movimento popular e sindical que parece não ter nenhuma intenção de retroceder.
mentiras que disseram sobre nós, mas você é estrangeiro, ao melhor serve de
algo”, disse ao Opera Mundi o operário Carlos, de 23 anos, que participava da
marcha com a esposa e dois filhos pequenos. “O governo nos ofereceu dinheiro
para compensar a perda do trabalho, mas o que não entendem é que nós somos
trabalhadores. Não queremos dinheiro; queremos voltar ao nosso trabalho para
cuidar das nossas famílias. E estamos prontos para qualquer coisa. Não temos mais
nada a perder”.
*Texto e foto.
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