A presidente da Argentina, Cristina Kirchner, disse ao presidente de Israel, Shimon Peres, que está disposta a colaborar para a busca de uma solução para o conflito do Oriente Médio e defendeu o direito da Palestina de constituir um Estado. Ao mesmo tempo em que os dois chefes de Estado se reuniam na Casa Rosada, centenas de manifestantes marcharam pelas ruas de Buenos Aires contra a visita de Peres.
Fotos: EFE
“Ressaltamos a necessidade de existir e de que seja reconhecido o Estado da Palestina, para que esse povo possa viver livre e democraticamente, e garantir também o direito de Israel viver em paz”, apontou Cristina. A governante definiu como um fato “casual” a proximidade entre a chegada de Peres e a próxima visita ao país do presidente palestino, Mahmoud Abbas, prevista para domingo (22).
“Sentimos muito respeito por ele (Abbas), queremos conseguir um acordo com ele e quisemos que a presidente argentina realizasse uma contribuição construtiva, temos as mesmas percepções sobre vários assuntos”, assinalou Peres.
Cristina comprometeu-se em “fazer todos os esforços para conseguir de alguma forma contribuir para a construção da paz duradoura e definitiva no Oriente Médio, baseado na existência dos dois países em convivência pacifica”.
“Gostaria de ver os palestinos em seu Estado reconhecido por todo o mundo e ver Israel dentro de suas fronteiras com paz e segurança”, acrescentou.
Protesto
A manifestação, organizada por grupos de esquerda e membros de associações pró-Palestina, partiu da sede do Congresso Nacional e terminou na embaixada israelense, cercada por um forte aparato de segurança.
Números oficiais indicam que por volta de 500 pessoas participaram do ato. A maioria portava cartazes com os dizeres “Fora da Argentina, Shimon” e gritava palavras de ordem contra a visita do presidente israelense.
Amia
Ambos os líderes concordaram também sobre a necessidade de levar até o final as investigações dos atentados ocorridos em Buenos Aires contra a embaixada de Israel (1992) e à Associação Mutual Israelita Argentina (Amia) em 1994, que provocaram 114 mortes.
Cristina voltou a reivindicar ao Irã a extradição dos envolvidos nos atentados contra ambas as instituições e ressaltou que “ninguém, absolutamente ninguém, pode em nome de nenhuma religião, nenhuma fé ou nenhum Deus, tirar a vida de outras pessas”.
“Colocamos um tema que nos preocupa e que também preocupa a vocês, que são as políticas do presidente do Irã”, assinalou Peres.
Pelo menos 300 mil judeus vivem atualmente na Argentina, fazendo do país a principal colônia israelense na América Latina e uma das quatro mais importantes do mundo.
América Latina
Apesar da boa sintonia declarada por ambos os líderes, Cristina foi taxativa ao afirmar diante do presidente e Israel que a “Argentina não permite que ninguém escolha seus amigos, nem Argentina pretende escolher os amigos de ninguém” em resposta a uma pergunta sobre as relações de seu governo com o venezuelano Hugo Chávez.
Cristina lembrou que, “salvo o caso de Honduras, que tem um governo ditatorial”, os demais governos da região foram “eleitos democraticamente” e decidem suas políticas dentro de suas instituições.
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