A OEA (Organização dos Estados Americanos) convocou uma reunião extraordinária sobre Honduras sem que haja no horizonte a possibilidade de se alcançar uma posição comum, admitiram representantes de vários países da organização. Em Berlim, o assessor para Assuntos Internacionais da Presidência da República, Marco Aurélio Garcia, disse que o Brasil vai manter a posição de desconsiderar as eleições.
“Vamos ouvir o relatório do secretário-geral e depois cada país, se assim o quiser, expressará seus pontos de vista. Até aí vamos chegar, mas não creio que iremos muito além”, afirmou o representante da Argentina, Rodolfo Gil.
“Há países que vão reconhecer o processo eleitoral, e outros, entre os quais o nosso, que não vão reconhecer nem o processo eleitoral nem o presidente eleito”, Porfirio Lobo, disse Gil.
A OEA suspendeu rapidamente Honduras após o golpe de Estado do dia 28 de junho, que derrubou o então presidente Manuel Zelaya. Nos últimos meses, porém, a organização se mostrou dividida entre um grupo, que manteve a linha dura contra o regime de fato, e outro, liderado pelos Estados Unidos, mais inclinado a reconhecer os resultados das eleições do último domingo (29).
“Será um debate aberto”, que pode ficar “agitado”, indicou o representante dos Estados Unidos, Lewis Amselem, falando sobre a reunião de hoje. Amselem declarou não saber se algum documento que busque uma posição comum da OEA está sendo preparado.
O representante argentino descartou que Honduras possa voltar à OEA. Para suspender a sanção contra o país são necessários os votos de dois terços dos 33 membros ativos.
Garcia
Em entrevista exclusiva à EBC (Empresa Brasil de Comunicação), Garcia afirmou ontem (3) que o governo brasileiro não faz questionamentos sobre assuntos como fraudes e representatividade durante o pleito em Honduras e que o não reconhecimento das eleições é uma posição compartilhada por países importantes da América do Sul.
Ao comentar o programa nuclear iraniano e o tratamento em relação ao assunto por parte do governo brasileiro e da comunidade internacional, Garcia reforçou que o apoio ao país se aplica apenas ao enriquecimento de urânio para fins pacíficos.
“O Irã, como o Brasil e qualquer outro país, tem direito a isso. Mas queremos que ele se submeta estritamente à supervisão da Agência Internacional de Energia Atômica”, disse, ao destacar que não é um bom procedimento isolar país. “Quanto mais se isola, mais se provoca radicalismo da parte desse país na defesa de suas posições.”
Durante visita à Alemanha, o presidente Lula apelou para que a comunidade internacional mantenha as negociações com o Irã. A reação ocorreu logo depois de a chanceler alemã, Angela Merkel, afirmar que há possibilidades de se “perder a paciência” com o governo iraniano em decorrência de suas posições.
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