Várias ONGs, como Fundo Mundial para a Natureza (WWF), Oxfam, Avaaz e Amigos da Terra, criticaram duramente o Acordo de Copenhague, classificando-o de “fracasso histórico” na luta contra a mudança climática, pela falta de ambição.
“Após anos de negociações, há uma declaração que não vincula ninguém e não garante o futuro das gerações vindouras”, afirmou o chefe da Iniciativa Global do Clima da WWF, Kim Cartensen.
O texto omite qualquer referência às reduções globais do bloco industrializado, como grupo, para 2020 e 2050, como propunha a ONU, e se limita a reunir os objetivos de redução de emissões poluentes anunciadas por cada país antes da reunião em Copenhague.
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Para a Avaaz, o documento é um “fracasso histórico” que representa o “colapso dos esforços internacionais” de assinar um acordo vinculativo que possa “deter a catastrófica mudança climática”.
“O acordo está muito longe de ser justo, não é vinculativo e nem ambicioso”, criticou o diretor da campanha global da organização, Ricken Patel, que reprovou o fato de o documento ter sido chancelado por só “quatro países”, em alusão aos EUA, China, Índia e África do Sul – no entanto, despachos de outras agências incluem o Brasil como co-responsável pelo acordo.
Ele atribuiu a responsabilidade pelo fracasso de Copenhague a Washington e Pequim, responsabilizando norte-americanos e chineses por “compartilharem sua determinação de produzir um acordo débil em Copenhague”. “Cada país pagará o preço pela avareza e pelo governo imperfeito destes dois países”, afirmou.
Triunfo da propaganda
Para o diretor-executivo da Oxfam Internacional, Jeremy Hobbs, o acordo é o “triunfo da propaganda acima da substância”. Ele diz que os líderes devem “voltar à mesa de negociação no início de 2010” para adotar “decisões políticas urgentes”.
A Amigos da Terra classificou o acordo de Copenhague como “fracasso abjeto”. “Ao atrasar a ação, os países ricos condenaram milhões de pessoas mais entre as pobres do mundo à fome, ao sofrimento e à perda da vida conforme a mudança climática se acelera”, apontou o presidente da entidade, Nnimmo Bassey.
Ele assinalou que sente “nojo” pelo “fracasso dos países ricos” na hora de fixar objetivos ambiciosos e acusou o bloco industrializado de “acossar” os países em vias em desenvolvimento a “aceitar menos” do que merecem.
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