O secretário de Estado de Cooperação francês, Alain Joyandet, afirmou hoje (18) que a ONU (Organização das Nações Unidas) deve precisar o papel dos Estados Unidos na ajuda humanitária às vítimas do terremoto que devastou o Haiti no último dia 12, porque “não se trata de ocupar o país, mas de ajudar a recuperar a vida”. Os EUA comandam o aeroporto de Porto Príncipe, o que levou a críticas de vários países e entidades, incluindo o Brasil, que lidera a Minustah (sigla em francês para Missão de Estabilização das Nações Unidas no Haiti).
Paris protestou oficialmente porque seu avião-hospital foi impedido de aterrissar no país nesta semana. O avião que levava Joyandet ao Haiti também enfrentou dificuldades de aterrissar pelo rígido controle norte-americano – e os danos causados pelo tremor no aeroporto.
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“A ONU está trabalhando, espero que tome uma decisão. Espero que as coisas sejam definidas sobre o papel dos Estados Unidos”, disse Joyandet à emissora Europe 1, logo após retornar do Haiti.
O ministro de Relações Exteriores francês, Bernard Kouchner, minimizou a polêmica e disse que os esforços de ajuda ao Haiti “são coordenados da melhor forma possível”.
“O avião aterrissou mais tarde. É normal que, no terreno, todo mundo queira chegar primeiro”, afirmou Kouchner à rádio France Info.
Brasil e EUA
Numa tentativa de harmonizar as operações no Haiti, o ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, participou de uma teleconferência organizada pelo Canadá com representantes de 10 países, além de integrantes da ONU e da OEA (Organização dos Estados Americanos). Entre os participantes, estavam o primeiro-ministro do Haiti, Jean-Max Bellerive, e a secretária de Estado norte-americana, Hillary Clinton.
Na reunião, ficou decidido que a definição de prioridades e a coordenação das operações ficará a cargo da ONU juntamente com o governo haitiano. Ao Brasil, caberá a participação na segurança; enquanto os EUA cuidarão da ajuda humanitária.
Hoje o Conselho de Segurança da ONU realizará uma reunião para discutir o número máximo de tropas militares e policiais presentes no Haiti. O Brasil aguarda essa possível mudança para estudar o envio de mais tropas. Os EUA já anunciaram a chegada prevista de entre 9 mile 10 mil soldados norte-americanos ao Haiti, fazendo com que o país forme a força de segurança com o maior contingente na ilha caribenha.
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