O Conselho de Segurança da ONU decidiu hoje (19) atender ao pedido do secretário-geral Ban Ki-moon feito ontem e reforçar o contingente militar e policial da missão no Haiti com mais 3,5 mil homens durante seis meses.
“Com a aprovação do envio de 2 mil soldados e 1,5 mil policiais, a comunidade internacional demonstrou que está com o Haiti”, disse Ban Ki-moon, após obter resposta positiva do órgão, 24 horas depois de submetê-la à apreciação.
O objetivo do reforço será melhorar a segurança e a distribuição da assistência humanitária no país caribenho. Segundo Ban, as Nações Unidas já receberam “indicações de alguns países interessados em contribuir com efetivos, e por isso a chegada das tropas e dos policiais será rápida”.
Uma semana depois do terremoto de 7,0 graus na escala Richter, as organizações humanitárias internacionais ainda enfrentam problemas para a distribuição da ajuda, assim como atos de violência e saques por parte da população desesperada.
“Este envio contribuirá para a manutenção da paz e apoiará os esforços para ajudar na recuperação do Haiti”, disse o atual presidente do Conselho, o embaixador chinês Zhang Yesui, no final da votação.
O chefe de operações de paz da ONU, Alain Leroy, ressaltou que “os 3,5 mil soldados vão acompanhar e escoltar os comboios civis com a ajuda humanitária e assegurar uma distribuição justa e organizada”.
“Temos de fazer o possível tão logo consigamos para contribuir com a ordem e a distribuição de ajuda”, completou Ban.
Sobre a possibilidade de mudar o mandato da missão, o titular da ONU afirmou que este “é firme e suficiente para enfrentar as atuais circunstâncias”.
O contingente militar da Minustah (missão da ONU no Haiti), que está no país desde 2004 e é comandado pelo general brasileiro Floriano Peixoto Vieira Neto, é integrado por 9.065 pessoas. Destes, 7.031 procedem de diferentes exércitos e 2.034 são policiais, segundo a instituição.
Atualmente, 3 mil deles estão em Porto Príncipe e são encarregados, junto ao restante da polícia haitiana, de manter a segurança da capital e escoltar as organizações que distribuem a assistência humanitária.
Participam da Minustah militares de 18 países e, com policiais, outros 41. Entre eles, estão Argentina, Bolívia, Brasil, Canadá, Chile, China, Colômbia, El Salvador, Espanha, EUA, Equador, França, Guatemala, Peru e Uruguai.
O terremoto que devastou a capital haitiana em 12 de janeiro matou 57 integrantes da Minustah: 37 militares, sete policiais, oito civis internacionais e cinco locais.
“Peço a todas as ONGs que trabalhem junto à ONU na assistência”, assinalou Ban, quem admitiu que a situação de Porto Príncipe é “crítica”.
O secretário-geral alertou para a possibilidade de que a chegada em massa de ajuda de ONGs e organizações privadas contribua para o caos se as ações não forem coordenadas pela ONU, já que podem saturar os pontos de distribuição.
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