Milhares de trabalhadores responderam aos apelos dos sindicatos e se manifestaram em ao menos dez cidades da Espanha contra a proposta governamental de mudar a idade mínima de aposentadoria dos atuais 65 anos para 67 anos, para tentar garantir a estabilidade da previdência espanhola no longo prazo. Foi a primeira vez que o governo do primeiro-ministro José Luiz Rodríguez Zapatero enfrentou manifestações das centrais sindicais.
Efe (23/02/2010)
Dezenas de milhares de pessoas foram às ruas de Madri protestar contra a reforma na previdência
O maior protesto ocorreu na capital, Madri, onde sindicalistas dizem que 60 mil pessoas foram às ruas, embora a polícia diga que o evento contou com cerca de nove mil manifestantes.
O secretário-geral do sindicato CCOO da Catalunha, Joan Carlos Gallego, ressaltou ao site equatoriano Libre Red que a mobilização é o sinal de rejeição da sociedade ao governo atual e reiterou que haverá respostas duras caso o executivo eleve a idade para aposentadoria e não garanta a entrada de receitas, a partir da manutenção de um mercado de trabalho “de qualidade, estável e com salários dignos.”
Por sua parte, o secretário-geral da UGT da Catalunha, Josep Maria Alvarez, advertiu que existem “determinadas linhas vermelhas que o governo fará bem se não cruzá-las”. “Manifestaremos-nos 200 vezes se preciso, para impedir que a crise varra os direitos dos trabalhadores”, disse.
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Zapatero disse ontem que a alteração do limite de aposentadoria é quase um “mal necessário” e afirmou que ainda vai ouvir os sindicatos. “Este é um governo que ouve, não é um governo, não o foi e não o será, de decretos e, muito menos, no âmbito das relações laborais e da proteção social”, disse, segundo o site português Euronews.
A ideia do executivo é começar a reforma da previdência gradualmente a partir de 2013.
Manifestantes em Barcelona:
Desemprego
O país enfrenta altas taxas de desemprego – no final de janeiro, o governo anunciou que o índice de trabalhadores sem emprego chegou a 18,83% da população ativa em 2009, o registro mais alto desde 1998.
Em números absolutos, isso representa cerca de 4,3 milhões de trabalhadores na rua – o pior índice já registrado desde que as autoridades começaram a compilar dados sobre o assunto.
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Recentemente, dados de um relatório do FMI (Fundo Monetário Internacional) apontaram que a Espanha será a única nação do G20 que permanecerá em recessão em 2010. As estimativas do FMI são de retração do PIB espanhol de 0,6% neste ano e de crescimento de 0,9% para 2011.
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