Atualizada às 17h52
Ao lado do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, durante visita às obras
do
porto Mariel, o presidente de Cuba, Raúl Castro, lamentou hoje a morte
de Orlando
Zapata, dissidente condenado por “atos de traição a serviço de uma
potência
estrangeira” (no caso, os Estados Unidos).
“Não existem torturados, não
houve
torturados, não houve execução. Isso acontece na base de Guantánamo”,
afirmou
Raúl Castro, citado pelo site Cuba Debate. Raul também afirmou que
Zapata foi
atendido nos melhores hospitais do país e que sua morte é decorrência do
clima
de confrontação imposto pelo bloqueio norte-americano.
Integrante do “Grupo dos 75”, organização oposicionista cubana, o
dissidente
começou greve de fome em dezembro, na prisão de segurança máxima de
Camaguey,
protestando contra as condições carcerárias. Na semana passada, foi
transferido
de Camaguey para o Hospital Hermanos Ameijeiras, em Havana, onde faleceu
aos 42
anos, nessa terça-feira, segundo informações de Laura Pollán, do grupo
Damas de
Branco, que reúne mulheres de opositores presos.
A pena de Zapata era, inicialmente, de 3 anos de prisão, mas foi
elevada a
25 anos e 6 meses de prisão por “desacato”, “desordem
pública” e “resistência”, segundo informações da Anistia
Internacional. A Anistia havia incluído a Zapata na lista de 55 “presos
de consciência”
de Cuba. O governo cubano rechaça essas informações
e afirma que a ampliação da pena de Zapata foi motivada por provas e
testemunhos de que ele recebia recursos financeiros dos Estados Unidos e
mantinha
relações de colaboração com seus serviços de inteligência.
Zapata é o primeiro opositor ao regime a morrer na prisão desde a década
de
1970, quando faleceu o dirigente estudantil Pedro Luis Boitel.
NULL
NULL
NULL