O comércio entre Argentina e Brasil se recupera depois da baixa ocorrida durante a crise econômica mundial. Em janeiro de 2010, o comércio bilateral chegou a 1,906 bilhão de dólares, o que significa um aumento de 52% em relação ao mesmo mês do ano passado. O dado, divulgado pela consultoria econômica Abeceb, confirma as previsões feitas nas últimas semanas por vários funcionários dos ministérios argentinos da Economia e da Indústria.
As exportações argentinas somaram 933 milhões de dólares, o equivalente a um crescimento anual de 53%, impulsionado principalmente pela venda de cereais, veículos, autopeças e produtos plásticos. Para 2010, estima-se que serão comercializados em todo o território brasileiro 3,4 milhões de automóveis fabricados na Argentina, segundo cifras publicadas pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior do Brasil.
“São dados muito importantes para a saúde macroeconômica argentina, já que o Brasil é um de nossos principais destinos e [essa estatística] interrompe um período de 16 meses consecutivos de redução do comércio”, disse ao Opera Mundi o economista Dante Sica, ex-funcionário do Ministério da Economia.
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Além disso, a Argentina obteve a posição de terceiro maior fornecedor do Brasil em janeiro, atrás dos Estados Unidos, que exportaram 1,691 bilhão de dólares, e da China (1,606 bilhão de dólares).
Exportações brasileiras
Já as exportações brasileiras somaram 973 milhões de dólares em janeiro, 51,3% a mais que no mesmo mês do ano anterior, quando haviam sido de 643 milhões.
“No início de 2009, as importações [argentinas] sofreram uma queda de 54%, com uma forte pressão sobre o setor automotivo, que, naquele momento, em meio à incerteza da crise internacional, estava derrubado”, explicou a assessoria de imprensa da Abeceb. Até novembro de 2009, as compras de produtos brasileiros haviam caído, em média, 35%.
“Depois do impacto, nossas economias estão se recuperando e espera-se que essa tendência se mantenha ao longo deste ano”, disse ao Opera Mundi Jorge Mancinelli, assessor do ministro da Economia, Amado Boudou.
“Não se pode esquecer que vários setores da indústria local [argentina] estão solicitando ao governo nacional que flexibilize as medidas restritivas, pois temem não contar com os insumos necessários para atender à demanda do mercado local em 2010″, afirmou Mancinelli. “Pontualmente, o setor de pneus pediu ao governo a suspensão temporária das licenças não automáticas que a Argentina impõe ao Brasil. Esses números vão ajudar a melhorar o clima de negócios entre as duas nações”.
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