O governo brasileiro divulgou hoje (8) uma lista com 102 produtos norte-americanos que poderão ter aumento de imposto de importação como parte de retaliação que pode ser aplicada aos Estados Unidos.
A OMC (Organização Mundial de Comércio) autorizou em novembro de 2009 o Brasil a impor sanções sobre produtos dos EUA como punição aos subsídios a produtores de algodão norte-americanos – o valor pode chegar a 830 milhões de dólares em importações de bens por ano – e também por causa de um programa de garantias para créditos a exportadores.
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Entre os produtos que constam da lista publicada no Diário Oficial da União, estão metanol (com alíquota de 22%), paracetamol (28%), produtos de beleza (36%), leitores de códigos de barras (22%), fones de ouvido (40%), óculos de sol (40%) e veículos de até mil cilindradas (50%).
Veja a relação total dos produtos aqui
A decisão terá efeito apenas 30 dias depois de sua divulgação. Neste meio tempo, o governo brasileiro pode iniciar negociações com os EUA, segundo informou o ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, na semana passada, durante visita ao Brasil da secretária de Estado norte-americana, Hillary Clinton.
O chefe de assuntos econômicos do Itamaraty, embaixador Carlos Marcio Condezey, disse na sexta-feira (5) que o Brasil pode aceitar uma proposta. “Esperamos que se possa resolver esta questão, porque a retaliação cria distorções e isso não beneficia ninguém,” afirmou Cozendey, segundo a Reuters.
Abertura de mercado
Os EUA buscam opções para evitar a retaliação. Também na semana passada, o setor empresarial brasileiro expressou ao embaixador dos EUA no Brasil, Thomas Shannon, a vontade de obter uma maior abertura do mercado agrícola norte-americano – tema central das negociações da Rodada de Doha – como alternativa às taxações.
“O que deve se obter é uma facilitação da entrada de produtos agrícolas brasileiros nos EUA ou algo em torno disso”, disse ao Opera Mundi o presidente da Amcham (Câmara Americana de Comércio), Gabriel Rico.
No encontro, Shannon garantiu que não haverá contra-retaliação norte-americana caso o Brasil opte pela retaliação. “Não faço ameaças”, afirmou.
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