O presidente eleito do Chile, Sebastián Piñera, que assumirá a presidência na quinta-feira (11), defendeu a presença de forças militares nas zonas de catástrofe provocadas pelo terremoto, considerando que é absurdo continuar vinculando o exército à ditadura de Augusto Pinochet.
“A instituição militar possui ferramentas muito úteis em tempos de desastre”, para garantir a ordem pública e evitar a pilhagem, disse Piñera em entrevista nesta segunda-feira (8) à Rádio ADN. “São chilenos como todos os demais. Este preconceito é absurdo, é preciso eliminá-lo de nossa mente”, acrescentou o futuro governante, que chega ao poder 20 anos depois do fim da ditadura (1973-1990).
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O ministro de Obras Públicas Sergio Bitar disse, dias atrás, que para o governo de Michelle Bachelet não foi fácil pôr os militares nas ruas, pois isso fazia recordar o regime Pinochet.
Piñera reiterou que ampliará o estado de catástrofe a outras zonas do Chile se for necessário. Atualmente, 14 mil soldados patrulham as regiões declaradas em estado de exceção, como Biobío e Maule, as mais afetadas pelo terremoto do dia 27 de fevereiro, que alcançou 8,8 graus na escala Richter.
O tremor, ao qual se somou um tsunami, deixou até o momento 800 pessoas mortas ou desaparecidas, das quais 452 foram identificadas. Piñera assume o comando do país no dia 11 de março em substituição a Michelle Bachelet, e marca o retorno da direita ao poder pelas urnas, depois de meio século.
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