O assessor especial da Presidência para assuntos internacionais, Marco Aurélio Garcia, afirmou ontem (15) em Jerusalém que a ausência do chanceler israelense Avigdor Lieberman à sessão plenária no parlamento em homenagem ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva “não fere o Itamaraty”. A declaração veio após o político de extrema-direita, que visitou o Brasil em novembro do ano passado, reclamar do fato de Lula não visitar o túmulo de Theodor Herzl, fundador do sionismo moderno.
Garcia disse que não analisará a decisão de Lieberman. “É um direito que ele tem de ir onde bem entender”, explicou, de acordo com o site brasileiro Terra. Ele assegurou que a atitude não fere a delegação brasileira e ressaltou que “o presidente (Lula) o recebeu muito bem no Brasil”.
Para o assessor de Lula, o governo brasileiro “tem mais com o que se preocupar do que com isso (a polêmica sobre o boicote)”.
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Liberman defende medidas duras contra a minoria árabe de Israel. Sugere redesenhar as fronteiras israelenses para excluir áreas com forte concentração de cidadãos árabes e exigir dos que permanecessem em solo israelense a assinatura de um juramento de lealdade ao país. Cerca de 20% dos sete milhões de cidadãos de Israel são árabes.
Em encontro com o presidente Lula e o chanceler brasileiro, Celso Amorim, em 2009, Lieberman sugeriu que o Brasil poderia se tornar mediador nas negociações de paz.
Lula segue hoje (16) para uma visita de dois dias à Cisjordânia e depositará flores no túmulo do dirigente palestino Yasser Arafat, morto em 2004. O Ministério israelense de Relações Exteriores ficou visivelmente incomodado com a decisão do Itamaraty de não incluir a visita ao túmulo do líder sionista. Funcionários do Ministério das Relações Exteriores israelense chegaram a insistir com a delegação brasileira pedindo uma mudança no programa.
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