No último dia da visita de cinco dias ao Oriente Médio, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva voltou a defender hoje (18) a posição do Brasil de mediador em futuras negociações de paz entre israelenses e palestinos. Lula disse que o Brasil tem a capacidade de ser um ator principal dentro do processo de paz na região.
“Faltam mais atores nas negociações de paz. O Brasil é, hoje, um país de importância no cenário internacional. Os árabes e israelenses querem a gente no grupo de países que têm condições de intermediar o conflito”, disse, segundo a BBC Brasil.
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Lula defendeu uma maior reforma nas Nações Unidas, dizendo que o organismo deveria ser o principal mediador pela paz no Oriente Médio. “A ONU é o único organismo multilateral que tem a capacidade de intermediar conflitos. No entanto, eu acredito que o organismo pode fazer mais do que vem fazendo”, declarou.
“Sinto que há pessoas que são parte da solução mas que atualmente estão distantes porque falta uma aproximação e interlocutores que possam colocá-los na mesma mesa”.
Hoje o secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, defendeu o estabelecimento de diálogos diretos entre palestinos e israelenses no futuro. “Diálogos de aproximação devem levar a negociações diretas posteriormente. Não existe alternativa às negociações diretas”, afirmou em entrevista à rádio russa Ekho Moskvy.
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Amorim
O ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, reforçou as palavras de Lula, ao dizer que o Brasil pretende ajudar a construir um “novo olhar” nas negociações de paz.
“Não se trata de esquecer o que já foi feito, mas principalmente de apresentar novas ideias, sem os interesses militares e político-estratégicos de muitos dos outros negociadores. Talvez o Brasil, por não ter essa bagagem, seja melhor ouvido”, disse Amorim, segundo o Terra.
“A Autoridade Palestina precisa obter resultados diante do povo palestino. E Israel precisa perceber que os principais aliados dos radicais palestinos são os radicais de Israel. A paz é importante para a segurança de Israel. A Autoridade Palestina não quer uma nova Intifada”, disse o ministro. “Precisamos retomar o processo de paz de forma corajosa e fazer uma pressão em favor da paz”, concluiu.
Amorim segue hoje para a Síria, a pedido do presidente Lula. “A Síria é importante para o processo de paz, especialmente porque é parte desse processo, como na questão das colinas de Golã. “Eu estou sempre na Síria, que é um ator fundamental no Oriente Médio. Nós vamos transmitir nossos pontos de vista sobre o tema.”
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