O ex-presidente do Peru Alejandro Toledo (2001-2006) denunciou uma suposta tentativa do atual governo de interferir nas eleições regionais deste ano e nas presidenciais de 2011 por meio do caso que envolve o ex-empresário do setor das comunicações José Enrique Crousillat.
Segundo ele, por trás da polêmica poderia existir uma “operação maquiavélica” orquestrada pelo presidente Alan García para tentar ditar os rumos de ambas as votações.
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Crousillat, que tem 77 anos, foi dono do canal América Televisión e acabou condenado a oito anos de prisão por ter recebido pagamentos do ex-presidente Alberto Fujimori (1990-2000) para manter uma linha editorial favorável a seu governo. No fim do ano passado, ele foi beneficiado por um indulto concedido por razões humanitárias.
A decisão foi revertida, porém, depois de o ex-empresário ter sido flagrado em boas condições de saúde. A Justiça, além disso, ordenou sua captura devido à denúncia de que ele teria falsificado documentos para justificar a concessão do indulto.
Toledo, líder do partido Peru Possível, expressou preocupação ante o desenrolar do caso e chamou a atenção para o que, a seu ver, pode ser “o ressurgimento da máfia de Montesinos e Fujimori”, mas com “novos sócios”.
“Podem ter como objetivo, com essa operação maquiavélica, intimidar a América Televisión”, afirmou o ex-presidente. “Isso pode impedir a candidatura e dizer 'eu posso impedir quem não quero que seja presidente'”, complementou.
Vladimiro Montesinos, citado por Toledo, foi chefe dos Serviços de Inteligência e conselheiro de Fujimori, que por sua vez cumpre pena de 25 anos de reclusão por crimes de corrupção e devido a duas chacinas ocorridas em seu governo, nas quais 25 pessoas morreram.
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