Os franceses vão decidir hoje (21) o rumo das eleições regionais, que no primeiro turno, domingo passado, se caracterizaram pela alta abstenção e pelo baixo desempenho do partido conservador do atual presidente Nicolas Sarkozy, a União para um Movimento Popular (UMP).
Os 44,2 milhões de franceses com direito a voto neste pleito, deverão escolher os 1.880 conselheiros que administrarão as regiões durante os próximos 4 anos.
Das 26 regiões francesas, o UMP tem chances de vencer o segundo turno apenas na Alsácia, onde já governa, e talvez conquistar a Guiana Francesa. A esquerda, liderada pelo Partido Socialista (PS) é grande favorita nos outros 24 conselhos regionais.
No primeiro turno, com uma abstenção de 53,6%, o PS obteve 29,5% dos votos, enquanto a UMP recebeu 26,3%, o pior resultado de um partido político governista. Hoje, apoiados pelos ecologistas (12,5% de votos no primeiro turno) e pela Frente de Esquerda dos comunistas (6,1% dos votos), os socialistas poderão conquistar uma vitória histórica.
Sylvain Lefevre/Efe
Primeira-secretária do favorito PS, Martine Aubry, vota em Lille
Unido aos verdes da Europe Ecologie, o PS criou um acordo nacional para apresentar listas conjuntas em quase toda a França neste segundo turno. Os partidos participantes excluíram a região da Bretanha (oeste do país), onde o presidente socialista Jean-Yves Le Drian não aceitou negociar, já que acredita em conquistar sozinho o poder.
A provável derrota da direita francesa, que aproveitou a morte de um policial na última terça-feira (16) durante um tiroteio com comando do grupo separatista ETA para focar os últimos discursos na segurança do país, marca a pior fase do presidente Sarkozy desde que assumiu o poder, em 2007.
Formados por assembleias, os conselhos regionais são responsáveis pela administração dos transportes públicos e pelo desenvolvimento econômico das regiões. A maior parte de seu orçamento destina-se a despesas de pessoal e infraestruturas educativas, aos transportes e à formação profissional, podendo ser decisivos para o governo central.
Insatisfação
Os resultados do primeiro deixaram insatisfeitos os membros do UMP, que passaram a questionar a linha de governo de Sarkozy. Promessas de campanha não cumpridas, nomeação de esquerdistas para cargos importantes e medidas menos rigorosas foram algumas das críticas de seus companheiros de partido.
Para eles, a alta taxa de abstenção deve-se a queda de popularidade do atual presidente já que os números mais elevados foram registrados em departamentos onde mais se votou em Sarkozy nas eleições presidenciais de 2007, segundo o jornal francês Le Monde.
De acordo com pesquisa do Instituto BVA, realizada pela revista L’Express e pela rádio France Inter, 43% dos franceses prefere que o primeiro-ministro, François Fillon, seja o candidato à presidência pelo UMP nas próximas eleições, em 2012, contra 29% que optou por Sarkozy.
Outra pesquisa, do Instituto Ifop, confirma a queda de popularidade do presidente. O índice de aprovação caiu 4 pontos desde a avaliação anterior, atingindo apenas 36%. Além disso, pela primeira vez menos da metade da população (47%) acreditam que Sarkozy é “capaz de reformar o país”.
Siga o Opera Mundi no Twitter
NULL
NULL
NULL