O governo chileno informou hoje (26) que mais de 8 mil trabalhadores foram demitidos nas últimas semanas por “razões de força maior”, em consequência do terremoto que abalou o centro-sul do país há cerca de um mês.
Segundo a ministra do Trabalho, Camila Merino, esta pasta recebeu 8.417 notificações de demissões por “força maior”, argumento do artigo 159 do Código do Trabalho, que permite o desligamento de trabalhadores nesse tipo de situação sem direito ao pagamento da rescisão.
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Contudo, Merino advertiu que as empresas que indevidamente se utilizarem desta alegação “se arriscam a pagar uma indenização adicional de 50%”. Sobre os registros das demissões, ela esclareceu que 3.651 foram em Santiago; 3.450 na região de Bío Bío; 540 em Maule e 420 em O'Higgins.
Para reverter tal situação, o ministério pretende dar uma série de bonificações nas regiões mais afetadas. As empresas localizadas nas áreas abaladas que contratarem, por exemplo, receberão um bônus correspondente a 40% do salário mínimo, por quatro meses, além de um prêmio de capacitação por trabalhador, entre outros.
Também hoje, o presidente da Associação de Seguradoras do Chile, Fernando Cámbara, informou que as companhias de seguros deverão pagar entre 5 bilhões e 8 bilhões de dólares em apólices.
Cámbara revelou que as companhias recebem mais de cinco mil denúncias diárias e até o momento foram atendidos 135.877 casos. Estima-se que ao término do prazo para declarar a ocorrência de sinistros, 30 de abril, serão mais de 200 mil pedidos, a maioria por moradias destruídas.
De acordo com dados oficiais, pelo menos 500 mil construções foram destruídas parcial ou completamente. Mais de dois milhões de pessoas foram afetadas diretamente pelo abalo sísmico e pelo tsunami que se seguiu.
Até o momento, as administradoras de seguros desembolsaram 18,5 milhões de dólares, mas esta cifra deve aumentar rapidamente, já que mais de 65% dos casos ainda estão em avaliação.
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