Gritando “justiça” e “o povo na rua exige liberdade”, cerca de 200 hondurenhos – estudantes, mulheres com crianças no colo, idosos e trabalhadores – fizeram ontem (25) uma manifestação em Tegucigalpa para exigir a libertação de presos polítocos como determina a anistia geral declarada no dia 26 de janeiro. No protesto, os manifestantes denunciaram que sindicalistas e oposicionistas continuam sendo presos mesmo sob o novo governo eleito e que o assassinato do professor José Manuel Flores, na tarde de terça-feira (23), teve motivações políticas.
O protesto começou na frente de um tribunal da cidade, que estava cercado de policiais civis e militares. Depois, os manifestantes percorreram as principais ruas da capital segurando cartazes da Frente Nacional de Resistência Popular ao golpe.
José Manuel Flores – quinto professor assassinado desde o golpe – era dirigente sindical, membro ativo da Frente e fundador do Partido Socialista Centro-Americano.
Em entrevista concedida na terça-feira (23) em São Paulo, o jornalista hondurenho Rony Martinez, da oposicionista Rádio Globo de Honduras, afirmou que muitos dirigentes de movimentos sociais estão sendo assassinados no país centro-americano.
Martínez disse que os opositores ao governo do presidente Porfirio Lobo estão descontentes com medidas como fechar temporariamente a Universidade Nacional Autônoma de Honduras. Segundo o jornalista, a universidade, que é a única pública e gratuita do país, está há dez dias sem funcionar e os professores suspeitam que a razão seja a privatização.
Além da libertação dos presos políticos, a Frente Nacional de Resistência Popular e outras organizações do país pedem o retorno de Manuel Zelaya a Honduras e a convocação de uma assembleia nacional constituinte “inclusiva e popular”. A proposta foi o estopim do desgaste da relação entre o presidente deposto, o setor empresarial hondurenho e o congresso.
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