O presidente da Colômbia, Álvaro Uribe, disse hoje (28) que está disposto a aceitar um acordo humanitário com as Farc (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia) para trocar guerrilheiros presos por soldados sequestrados, com a condição de que eles “não voltem a delinquir”.
Mais cedo a senadora Piedad Córdoba, que liderou a missão de paz que libertou o soldado Josué Daniel Calvo, alertou que as Farc não soltariam mais reféns de forma unilateral.
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“O governo facilitou as libertações, fez resgates e não se opõe ao acordo humanitário sempre e quando o acordo humanitário não seja para devolver criminosos às Farc”, disse Uribe em Arauca, na fronteira com a Venezuela, onde preside um conselho de segurança.
O presidente ressaltou que essa troca de reféns por presos não deve fortalecer a “capacidade criminosa” das Farc. “Um acordo humanitário tem como condição que aqueles integrantes das Farc que cheguem a sair da prisão não voltem a delinquir”, insistiu.
Os guerrilheiros presos que “chegassem a sair da prisão devem dar todas as garantias (…) que não voltarão a delinquir. Quero chamar a atenção dos meus compatriotas sobre essa necessidade porque o acordo humanitário não é para fortalecer o terrorismo, mas para libertar os colombianos do pesadelo das ações terroristas”, afirmou.
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Uribe fez estas declarações após a libertação do soldado Calvo, que foi entregue hoje pelas Farc a uma missão humanitária do Comitê Internacional da Cruz Vermelha (CICV) graças à mediação de Córdoba.
A senadora disse que esta libertação e a do sargento Pablo Emilio Moncayo, prevista para terça-feira, “serão as últimas” de forma unilateral pela guerrilha, já que a partir de agora os 22 militares e policiais que seguem cativos só devem encontrar a liberdade através de uma troca humanitária.
Uribe também disse que “oxalá” se acontecesse um acordo de paz com este grupo guerrilheiro, o mais importante a operar na Colômbia e o mais antigo da América. “Mas os acordos de paz têm que começar com boa fé”, sublinhou. O presidente lembrou que precisamente em Arauca,”há poucos dias o governo desativou um caminhão terrorista das Farc”, em alusão a um veículo de carga cheio de explosivos encontrado no dia 14 de março, dia das eleições legislativas.
Por isso, Uribe insistiu que não se pode pensar em acordos de paz “enquanto não haja uma cessação de atividades criminais”.
“Avançar em acordos paz no meio de carro bombas é se inclinar perante o terrorismo sem conseguir a paz. Por isso convido a todos meus compatriotas para refletir sobre a necessidade de que a primeira coisa que se necessita para um acordo de paz é boa fé.”
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