Moscou acordou hoje (30) de luto pelas vítimas dos atentados cometidos ontem em duas estações do metrô local, enquanto a polícia intensificou a segurança e políticos exigem o restabelecimento da pena de morte para terroristas.
Com as bandeiras a meio mastro em toda a capital russa, ao longo do dia, milhares de pessoas visitaram as estações de Lubyanka e Park Kultury para depositar flores e velas em memória dos mortos no atentado.
Maxim Shipenkov/Efe
Em Park Kultury, em frente ao local onde a segunda bomba explodiu, um sacerdote ortodoxo se ajoelhava e recitava preces, rodeado por dezenas de moscovitas que acompanhavam a oração em voz baixa.
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Os atentados, cometidos em plena hora do rush da manhã, deixaram 39 mortos e 73 feridos, vários deles em estado grave, segundo os últimos informes oficiais. O departamento de Saúde de Moscou informou que quase todos os corpos já foram identificados por familiares e que as primeiras vítimas devem ser sepultadas amanhã.
Versão russa
Segundo o Serviço Federal de Segurança russo (FSB, antiga KGB), a investigação indica que os atentados foram organizados por grupos islamitas do norte do Cáucaso russo e cometidos por mulheres suicidas – muitas delas são chamadas de “viúvas negras” por serem familiares de guerrilheiros abatidos pelos serviços secretos.
As autoridades consideram o ataque terrorista como um ato de vingança dos extremistas islâmicos pela eliminação nos últimos meses de vários importantes líderes da guerrilha.
Agentes de segurança revelaram ao jornal Kommersant que um desses extremistas, Said Buriatski, morto no começo de março pelo FSB na república da Inguchétia, treinou 30 “viúvas negras” na Turquia e no Cáucaso. Nove já tinham cometido atentados suicidas antes do duplo ataque de Moscou.
Segurança
As forças da ordem mobilizaram quase mil soldados para patrulhar as ruas de Moscou e endureceram os controles em todas as entradas da cidade. A Catedral de Cristo Salvador, o principal templo da Igreja Ortodoxa Russa, teve que ser esvaziada hoje no meio de uma missa pelos mortos após uma falsa ameaça de bomba.
A comissão de Justiça e Assuntos Legais do Senado russo anunciou que estudará a imposição da pena de morte aos terroristas. A legislação atual prevê a prisão perpétua como pena máxima.
“Se crimes tão horríveis como este acontecem, devemos propor à sociedade outro castigo penal, para que as pessoas que planejem um atentado saibam o que lhes aguarda”, declarou Anatoli Liskov, chefe da comissão.
A imprensa russa acompanhou suas reportagens sobre a tragédia do metrô com amargos comentários que constataram a impotência das forças de segurança e o fracasso da política do Kremlin no Cáucaso.
O presidente russo, Dmitri Medvedev, exigiu que o governo do país proporcione melhores condições de vida no Cáucaso para que a população tenha uma alternativa às armas e a guerrilha não possa recrutar jovens para suas fileiras.
“É uma tarefa mais complicada do que buscar e exterminar terroristas e acabar com criminosos. Já aprendemos a fazer isso nos últimos anos. Exterminamos os terroristas e vamos continuar fazendo-o”, assegurou Medvedev.
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