Com milhares de execuções, a China liderou a lista de países que mais recorreram à pena de morte em 2009. Em seguida, está o Irã, com pelo menos 388 execuções, 30% das quais ocorreram em decorrência dos conflitos subsequentes às eleições de 12 de junho. O Iraque, com pelo menos 120, aparece em terceiro lugar, seguido pela Arábia Saudita (com pelo menos 69) e pelos Estados Unidos (com 52). As informações são do relatório da Anistia Internacional, ONG defensora de direitos humanos com sede em Londres.
Ontem, quando foram divulgados os números, a imprecisão sobre os dados chineses suscitou críticas. Segundo a Anistia, o país mais populoso do mundo teve “milhares” de execuções em 2009, mas não soube especificar o número, considerado um segredo.
“Quaisquer que sejam os verdadeiros números, as execuções são “milhares e a China executou [em 2009] mais pessoas do que no restante do mundo”, informou o relatório (clique aqui para baixar o documento).
No total, pelo menos 714 pessoas foram executadas em 18 países no decorrer do ano, considerando a Ásia, o Oriente Médio, a África e os EUA. Os métodos utilizados para as execuções foram decapitação, apedrejamento, enforcamento, o uso de cadeira elétrica, de injeção letal e de pelotões de fuzilamento. Estima-se que pelo menos 17.118 pessoas no mundo foram condenadas à morte até o final de 2009.
Por continente
Os EUA foram o único país da América Latina a aplicar a pena de morte. O relatório informou que 52 execuções foram realizadas nos últimos três anos, sendo 24 delas no Texas, um dos estados norte-americanos onde a legislação é mais rígida.
No continente africano, Botsuana e Sudão foram os únicos países a entrar na lista. O Quênia ganhou destaque no relatório, já que revogou a pena de morte de mais de 4 mil prisioneiros – o que foi considerado “a maior comutação de pena capital já conhecida”.
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Na Ásia, além da China, outros sete países realizaram 26 execuções no ano passado: Bangladesh, Japão, Coreia do Norte, Malásia, Cingapura, Tailândia e Vietnã. As execuções na Tailândia foram as primeiras desde 2003.
Na Europa, pela primeira vez desde que a Anistia contabiliza as execuções, não houve nenhuma. A Bielorússia é o único país do continente que ainda mantém a pena de morte na constituição e, há duas semanas, executou dois homens.
Cada vez menos
Atualmente, 58 países recorrem à pena de morte para punir criminosos comuns. Trinta e cinco mantêm a pena de morte em sua legislação, mas não realizam execuções há dez anos. Segundo a ONG, 95 países já tiraram a pena de morte de suas legislações e, no ano passado, nove países aboliram a pena de morte para crimes comuns.
Os dados apresentados pela Anistia são tomados como referência por vários países. O Departamento de Estado dos EUA, por exemplo, cita as informações da entidade em seus relatórios sobre direitos humanos.
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