Argentina se mobiliza em homenagem à guerra das Malvinas
A presidente da Argentina, Cristina Fernández de Kirchner, viajou nessa sexta-feira (02/04) na região do Canal de Beagle, no sul do país, para presidir um ato em memória do 28º aniversário do início da Guerra das Malvinas contra o Reino Unido em 1982.
A presidente foi acompanhada de seu marido, o ex-chefe de Estado Néstor Kirchner, da ministra da Defesa, Nilda Garré, e da governadora da província da Terra do Fogo, Faniana Rios. Vitorioso no conflito bélico, o Reino Unido manteve a posse das Ilhas Malvinas. Até hoje, no entanto, a soberania do local é reivindicada pela Argentina.
Durante seu discurso, Cristina disse que a posição do Reino Unido na Organização de Nações Unidas (ONU) impede a volta das negociações pela soberania das Malvinas. “Só pelo fato de ter uma poltrona no Conselho de Segurança das Nações Unidas, o Reino Unido não respeita precisamente as resoluções das Nações Unidas”, que exortam a retomada das negociações, declarou.
Comitê de Descolonização
Em 1965, o Comitê de Descolonização da ONU assinou uma resolução solicitando às partes a sentar-se em uma mesa de negociação, mas o Reino Unido se negou desde então a abrir uma discussão em torno da soberania do arquipélago, reivindicada pela Argentina.
Cristina insistiu que em seu Governo manterá as reivindicações de soberania “em todas as frentes” por via pacífica, para recuperar o domínio das ilhas, em mãos britânicas desde 1833.
A governante também agradeceu “a solidariedade” dos países latino-americanos e afirmou que “as grandes potências começaram a se interessar em ser mediadores para que se cumpram as resoluções internacionais”.
A tensão entre a Argentina e o Reino Unido aumentou nos últimos tempos, após o início das atividades de prospecção petrolífera de empresas de capital britânico nas Malvinas.
O Governo argentino considera que essas operações petrolíferas violam sua soberania sobre o arquipélago e suas águas circundantes, e impôs restrições aos navios que partem de terra firme rumo à ilha.
Interesse
Uma pesquisa da empresa da consultoria Poliarquia divulgada esta semana indica que 52% da população argentina segue com muito ou bastante interesse em notícias sobre as Malvinas, enquanto 3 entre cada 5 habitantes do país manifestam sua vontade de insistir diplomaticamente no retorno a soberania argentina.
Atos em comemoração aos 28 anos da Guerra das Malvinas se repetiram nesta sexta-feira por todo o país, com vigílias de ex-combatentes, mostras artísticas e musicais, entre outras atividades.
Além disso, um grupo de manifestantes marchou hoje à embaixada britânica em Buenos Aires em sinal de rejeição à decisão do Reino Unido de realizar explorações petrolíferas nas Malvinas.
Na guerra de 1982, que terminou com a derrota da Argentina, morreram 255 britânicos, três ilhéus e 649 argentinos.
* com agência Efe
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