Os dois filhos adotivos da diretora do jornal argentino El Clarín, Ernestina Herrera de Noble, deverão comparar seu DNA com uma base de dados genéticos de pessoas desaparecidas durante a ditadura militar no país, apontou nesta sexta-feira (9/4) o máximo tribunal penal de apelações da Argentina.
A decisão da Câmara Nacional de Cassação Penal satisfaz as reivindicações de organismos humanitários que pediam que os DNAs de Marcela e Felipe Noble Herrera fossem comparados com os do Banco Nacional de Dados Genéticos de desaparecidos.
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No entanto, se limita a rejeitar uma apelação dos filhos adotivos de Ernestina, “pela existência de um crime formal”, sem pronunciar-se sobre a questão de fundo da longa batalha judicial que cerca o assunto, informou o Centro de Informação Judicial.
A sentença apontou que a apelação foi rejeitada por ser “inválida”, já que “não incluía as assinaturas dos afetados pela decisão, Marcela e Felipe Noble, mas só as de seus advogados”.
Afirmou, ainda, que o tribunal ditou sua decisão “sem considerar” se os estudos genéticos de Marcela e Felipe Noble deveriam ser comparados somente com os das duas famílias que apresentaram queixas ou com todo o banco de dados genéticos das vítimas da ditadura.
Felipe e Marcela Noble, ambos de 33 anos, foram adotados em 1976 por Ernestina, viúva de Roberto Noble, fundador do Clarín.
Uma das famílias sustenta a suspeita de que Marcela pode ser na realidade filha de Bárbara Miranda e de Roberto Lanuscou, militantes da guerrilha dos Montoneiros, dados por mortos em um tiroteio com militares em setembro de 1976.
A outra parte pede o esclarecimento sobre se Felipe seria filho de María del Carmen Gualdero, sequestrada em junho de 1976, quando estava quase dando à luz, e que desapareceu depois de ter sido levada a um prisão clandestina em Buenos Aires.
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